Sou cristão. Creio em Deus Pai, em Jesus Cristo, o Verbo encarnado, e no Espírito Santo que habita em mim. Minha fé está fundamentada na revelação divina, nas Escrituras e na tradição viva da Igreja.
Mas também sou estoicizante, não estóico. Sim sou estoicizante, não no sentido de um discípulo de Zenão ou Marco Aurélio, mas no sentido de quem reconhece, com reverência crítica, que Deus soprou lampejos de sabedoria até entre os gentios. E os estoicos, ainda que incompletos, tocaram com a ponta dos dedos verdades que em Cristo se revelam em plenitude.
Admira-me no estoicismo:
O chamado à virtude constante;
A busca por um ethos racional e disciplinado;
A aceitação corajosa da dor e da morte como partes da ordem do mundo;
A firme convicção de que ninguém pode controlar os fatos, mas todos devem dominar a si mesmos.
No entanto, não sou estoico — porque não creio num universo cego, nem num destino frio, nem num Logos impessoal.
Creio no Logos feito carne, que chorou, que tocou feridas, que se deixou transpassar por amor. Creio num Deus que me chama a dominar-me, sim, mas que primeiro me transforma por Sua graça. Que não exige apenas coragem, mas oferece consolo. Que não apenas tolera o sofrimento, mas o redime.
Assim, sou cristão: salvo pela graça, redimido pelo amor, impulsionado pela esperança.
Mas sou estoicizante: disciplinado na alma, constante no propósito, serenamente entregue à vontade de Deus.
Na interseção entre razão e fé, entre disciplina e graça, entre filosofia e evangelho — é aí que escolhi viver.
Paulo Mazarem Mais de Cristo Florianópolis
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