By Paulo Massarin [1] 1. Introdução A Semana Santa constitui o ápice do calendário cristão, concentrando em si os principais mistérios da fé cristã: a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Mais do que uma sequência de ritos, ela representa uma síntese teológica e simbólica da esperança escatológica cristã, sendo vivenciada, reinterpretada e atualizada por distintas tradições religiosas e contextos culturais. Nesse sentido, ultrapassa o domínio litúrgico ou eclesiástico, projetando-se também como fenômeno social, histórico e estético. Contudo, sua recepção e vivência diferem significativamente entre os católicos, os evangélicos e os indivíduos não religiosos. Essas diferenças não são meramente superficiais ou rituais, mas refletem visões de mundo distintas, formas diversas de conceber o sagrado e múltiplas maneiras de se relacionar com o tempo, a memória e a transcendência. Enquanto para os católicos a Semana Santa está fortemente vinculada a uma teologia sacramental e a u...
Procuramos por uma epistemologia, mas encontramos saberes! Nossa herança cartesiana dissolveu-se diante de outras geografias. Enfim, a ecosofia acaba por desvelar a intenção daquela velha monocultura.