O teólogo e cientista da religião Paulo Mazarem faz uma crítica ao pensamento de Tertuliano, por este, desprezar a filosofia grega, considerando que para Tertuliano, nada havia entre Atenas e Jerusalém, o que se constitui num equívoco, uma vez que o edifício que compõe o Novo Testamento tem a sua origem na língua grega, bem como conceitos tão caros a teologia, como é o caso do termo “hermenêutica”. Além disso é preciso considerar que não foram os cristãos que inventaram o conceito da doutrina “logos” ou a concessão de “cidadania” representando um tremendo avanço nivelador, onde as mulheres, os escravos e as crianças, consideradas inferiores sob a antiga lei romana, tornavam-se iguais perante as leis dos imperadores romanos. Esses avanços, são contributos dos estóicos, porém Tertuliano ignorou essa verdade contra o qual não se pode lutar, o que soa como uma espécie de desonestidade intelectual, segundo o cientista da Religião.
Procuramos por uma epistemologia, mas encontramos saberes! Nossa herança cartesiana dissolveu-se diante de outras geografias. Enfim, a ecosofia acaba por desvelar a intenção daquela velha monocultura.