Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2011

A LITERATURA E O MAL

          Literatura e o Mal, por Georges Bataille formam o conúbio perfeito da dialética diacrônica. Eles nos oferecem o sentido que tinha a literatura para Bataille - a literatura é comunicação, impõe uma lealdade, uma moral rigorosa. Não é inocente. "A literatura é o essencial ou não é nada. O mal - uma forma penetrante do Mal - de que ela é a expressão tem para nós, creio eu, o valor soberano". Entrevistador: Primeiramente gostaria de perguntar sobre o título do livro. De que mal você está falando? Bataille: Existem dois tipos opostos de mal. O primeiro está relacionado com o sucesso das atividades humanas, ou seja, na conquista dos resultados esperados. E o outro tipo consiste na deliberada violação de alguns tabus como, por exemplo, o tabu contra o assassinato ou sexualidade. Entrevistador: Quando se faz o mal e no ato de maldade. Bataille: Sim. Entrevistador: Poderia o título do livro indicar que o mal e a literatura são inseparáveis? Bataille: Eu crei

DISLEXIA TEOLÓGICA

               Sem nenhum paralogismo, dislexia é um assunto existêncial, é uma palavra polissêmica dentro dos saberes da humanidade, porém é na sua terminologia que repousa o significado dessa expressão, que ganha concreção e materialidade na subjetividade. Do grego, dys, significando “imperfeito como disfunção, isto é, uma função anormal ou prejudicada; e lexia que, do grego, dá significação mais ampla ao termo palavra, isto é, como Linguagem em seu sentido abrangente. Em suma sua definição é “dificuldade na leitura ou escrita”, como propôs a Psicóloga Mariana S.Rodrigues Almeida. Como havia, dito é uma palavra abrangente e por ser extensa a sua tentacularidade, resolvi fazer um conúbio com a divindade. Digo isso para os sem fé, ou para aqueles que não conseguiram fazer uma leitura do divino. Digo isso para os Ateus que mesmo na maioria das vezes em sua genialidade, tornan-se loucos e insensatos. Fazem da Razão divina, Des- razão insana. Digo assim por que nem to

LEPROSÁRIO EXISTENCIAL

A lepra é chamada hoje de hanseníase, nome com a qual atualmente designamos o complexo clinico de sinais e sintomas causados pelo “ Mycobacterium Leprae ”. Até a década de 40 não havia cura para a lepra. A saúde pública optava pelo confinamento de tais indivíduos em lugares isolados.     E tais lugares eram chamados de leprosário.  Isto, por que o leproso representava uma ameaça pública. A comunidade aventava com a justificativa de proteger as pessoas saudáveis e de impedir a viralidade ou o contágio, expulsando a pessoa doente para fora do agrupamento coletivo. A tradição judaica-cristã, a Bíblia, por exemplo n o período veterotestamentário, nos informa que os leprosos localizavam-se do lado de fora do arraial (sociedade) coisa que Novo testamento vem apenas corroborar, mostrando que tal prática era um fato social infrangível. É claro que os meios convencionais na época (justificavam-se necessários), para impedir a propagação de uma chaga como aquela, e para is

O METAMORFOSEAR DOS ÍNCUBUS E SÚCUBUS

 A crença em demônios era muito difundida no mundo antigo, e Santo Agostinho (354- 430), ficava enfurecido com os demônios nos quais ele acreditava existir. Naquela época, acreditava-se em duas espécies de demônios: incubus e súcubus. Os incubus, segundo a tradição medieval ocidental, eram demônios na forma masculina que mantinham relações sexuais com mulheres enquanto elas dormiam. A palavra Íncubu vem de incubar, fazer germinar. Já os súcubus eram demônios com gênero oposto, eram a forma feminina, uma espécie de ninfomaníaca que invadia o sonho dos homens, transfigurando-se no objeto de desejo masculino e causadora segundo o mito da polução noturna. O súcubu ao dormir com o homem, poderia coletar o seu sêmen e então se transformar em íncubus para dormir com uma mulher, podendo inclusive engravidar a vitima, acredite se quiser mas eles naquele tempo, criam nisso. Segundo os Padres, esses demônios, se incorporavam em bruxas e feiticeiras, e qu

TERIA O CATIVEIRO DE ISRAEL DURADO SETENTA ANOS NA BABILÔNIA?

       Aqui está talvez uma das repostas mais confiáveis para quem procura datar com precisão esse ínterim de tempo entre cativeiro e restauração na história do povo de Israel.   Não são poucos os comentadores que datam setenta anos entre o cativeiro e a restauração, seria tal data correta?  Será que não está ocorrendo um erro de interpretação quanto ao período do cativeiro.         Afinal de contas o período descrito nas sagradas letras é referente ao cativeiro de Israel ou ao período de governo da Babilônia.  Esse será o " leitmotiv " de minha reflexão. Espero que você amigo leitor possa capturar nesse sucinto comentário com pericia e precisão o tempo correto do cativeiro de Israel bem como sua restauração para não cometer o erro que muitos (ensinadores e pregadores), tem cometido ao confundir gestão governamental subalterna (Império Babilônico) com o tempo de cativeiro em que Israel esteve entre os caldeus.  Talvez você se pergunte que diferença isso fará. Es

“HOSHANA RABBHÁ”

TEXTO: JO 7.37-39 O último dia da festa era o auge da alegria, os judeus chamavam o último dia da festa de “Hoshana rabbhá” Naquele dia judeus do mundo todo se reuniam próximo ao templo para comemorar a festa dos Tabernáculos. Em Lv 23: 42- 43, Deus ordena: “deves viver em tendas por sete dias para que as futuras gerações saibam que Eu fiz o povo israelita viver em tendas quando os tirei da terra do egito”. O propósito de Deus através dessa festa, era mostrar para o povo, que aqui se tabernacula, ou seja se habita. Quando João disse que o verbo habitou entre nós, a referência para os judeus messiânicos é a de que ele tabernaculou entre nós. João não usa a expressão morar, mas sim habitar. Por que habitar significa Residência transitória ao passo que morar, Residência fixa. Deus usa essa festa com caráter pedagógico, para ensinar aos seus filhos que tudo nessa vida passa, nada é permanente. Ele saíram do Egito, e no deserto tabernacularam ou seja habitaram em tendas, ele

NEEMIAS

Neemias é o 16º livro da Bíblia, contendo 13 capitulos e 406 versiculos. O livro de Neemias, capitulo 1 contém 11 versiculos. Na Bíblia hebraica o livro de Neemias e de Esdras compõem um único volume. É provável que tanto Esdras como Neemias, tivessem participação na autoria do livro. Por volta do séc.IV d.c., o 2º livro foi chamado por Jerônimo de livro de Neemias. O livro é composto em 4 partes. Do Capitulo 1 – 7 “Contém a história de Neemias na babilônia e seus doze anos de governo da Judéia” . Do Capitulo 8- 10 contém o registro de eventos sob o encargo de Esdras e Neemias, escrito na 3º pessoa Do Capitulo 11.1 – 12.26 consiste de seis importantes listas de judeus exilados que voltaram para Jerusalém. Do capitulo 12.27-13,31 “Contém um registro da dedicação dos muros e de certas reformas feitas por Neemias em seu segundo governo da Judéia”. O objetivo do livro é mostrar o lento processo relacionado com a reconstrução de Jerusalém e a restauração de Israel apó

DEUS, HERMÉTICO OU HERMENÊUTICO?

Qualquer filosofia que não passa por uma renovação constante, está fadada a enrijecer-se, isto é torna-se dogma. O dogma além de atingir consequências herméticas extremas, acaba por encerrar-se em si próprio, esgotando a possibilidade de novas descobertas e reinvenções nas múltiplas possibilidades inscritas nas mais variegadas dimensões do saber humana. Uma epistemologia autêntica é sempre idiossincrática e nunca dogmática. Qualquer saber que pretenda ser absoluto em si próprio, está destinado a um provincialismo reducionista que envelhecerá   com o tempo, por não interagir com as constantes atualizações universais produzidas pelas descobertas e teorias que não são aporéticas, mas sim poréticas, por estar sempre aberta para explicações e  resignificações que deem conta dos constantes questionamentos gerados pela dúvida metódica do homem pós-moderno. Um cientista, filósofo, teólogo, advogado, ou qualquer outro pensador que seja honesto intelectualmente falando,  já mais pe