A desclericalização é um fenômeno pós-reforma e pró-iluminismo que desencantou (parcialmente) as sociedades cristãs daquela concepção sagrada de mundo, bem como do binarismo típico das tradições culturais ancestralizadas. Afinal quem são os secularizados da sociedade senão os ateus alguém pode presumir? Se bem que "secularização" não é sinônimo de ateísmo, mas separação do laico do clerical. O que em tese significa dizer que o estado (brasileiro, por exemplo) não é anti-religioso, e sim anticlerical. É óbvio que o anticlericalismo não exclui o imprinting (Morin) cultural já posto e impregnado no DNA cívico-moral pelos lugares onde o cristianismo se estabeleceu. O que nos leva a problematizar o famoso enunciado Nietzschiano da morte (simbólica) de Deus, proposta com a chegada da modernidade ou até mesmo aquilo que em sociologia da religião tem se denominado "revanche de Deus". A questão é que nunca houve, a meu ver revanche! O que sempre existiu foi projeções...
Procuramos por uma epistemologia, mas encontramos saberes! Nossa herança cartesiana dissolveu-se diante de outras geografias. Enfim, a ecosofia acaba por desvelar a intenção daquela velha monocultura.