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Mostrando postagens de setembro, 2016

REDES X COMUNIDADES

Paulo Mazarem [1] Não acredito na ingenuidade dos conceitos. Penso como dizia um velho filólogo [2] alemão que a etimologia é produzida pelo(s) poder(osos), com a finalidade de dominar. Assim os conceitos são criados, confeccionados, pensados e convencionado, por aqueles que detém um tipo de capital cultural que não só supera o "senso comum", como também suplanta e condena-o a permanecer "senso comum". Ora, não vou me ater ao étimo, mas vou desdobrar rapidamente o que pensa o sociólogo polonês Zigmund Bauman sobre o assunto. Ele entende que as redes sociais e a comunicação virtual cria uma espécie de vínculo frouxo, onde as relações estão pautadas mais na desconexão (ausência) do que conexão (presença). O próprio Bauman [3] conta que um aficionado em Facebook gabou-se para ele que havia feito 500 amigos em um dia na rede social. A resposta dele foi a seguinte, tenho 86 anos e não tenho 500 amigos. Aqui vale a pena re-lembrar, minha provoca

ECCE HOMO- O SAGRADO

Paulo Mazarem* "Quem experimenta a Beleza está em comunhão com o sagrado". Rubem Alves             Antes de tudo é necessário ressaltar que o sagrado e a fenomenologia, método que propõe análisar as multiplas interpretações do dado (fenômeno) tem por critério, observar o modus operandi , i, e, o modo em que ele (sagrado) se faz perceber nas mais distintas tradicões espirituais e culturais da terra, para daí suspender as respectivas significações dadas pelo sujeito para o enunciado, sinalizando a intencionalidade do dito, para assim constatar-se que a consciência é intencionalidade [1] . “De modo que o expressar da fala não está, pois, nas meras palavras, mas nos atos que exprimem, sendo todos os atos exprimíveis”. (HUSSERL, 1988, p. 13; 15). O documentário Ecce Homo- O sagrado [2] mostra que sagrado pode ser palavra, objeto ou experiência, condicionada a um tempo, lugar e espaço. De acordo com Robert Sokolowski [3] é necessário fazer duas distinções

A ASSEMBLEIA DE DEUS EM FLORIANÓPOLIS E O SEU CRESCIMENTO.

Paulo Mazarem  [1] De acordo com uma pesquisa quantitativa realizada na Igreja Evangélica Assembleia de Deus (IEAD) de Florianópolis contemplando o período de 1938 até 2011, realizada por um cientista da religião da Universidade de São José (USJ) chamado Elias Matos, constatou-se que o crescimento da IEAD ocorreu através de três maneiras: Crescimento Proselitista [1] - crescimento por evangelização ou conversionismo.  Crescimento Biológico [2] - crescimento por filiação, isto é, onde os filhos e parentes de crentes são batizados, dando prosseguimento à herança religiosa transmitida pelos pais ou familiares  Crescimento Emigrativo ou Emigrador -   É quando os adeptos emigram de uma região (País, estado ou cidade, bairro) para outra. A Assembléia de Deus em Florianópolis até 2011 (segundo a pesquisa) possuía 31 sedes de setor, no entanto, as pesquisas de campo foram feitas, diretamente, em 20 congregações sedes de setor, cabendo ressaltar que toda as sedes de s

AS PROBLEMÁTICAS DO MITO

Como cientistas da religião temos de conviver com a polissemia conceitual que é própria de nossa disciplina que oferece como características a multiplicidade e a diversidade dos saberes e fazeres. Deste modo ao analisar o mito encontramos múltiplas concepções e sentidos que fazem (ou melhor tornam) (d)o mito muito mais do que uma narrativa traditiva de um povo, na verdade o mito pode ser o nada que é tudo e o tudo que é nada. Eles surgem para explicar as origens (mito etiológico) dos deuses (mito teogônico), do universo (mito cosmogônico), da humanidade (mito antropogônico), da redenção da espécie humana (mito soteriológico) e do fim último (mito escatológico). Portanto não há consensualidade entre os pesquisadores de um sentído unívoco do mito. Para o mitólogo Mircea Eliade: Viver os mitos implica, pois, uma experiência verdadeiramente religiosa, pois ela se distingue da experiência ordinária da vida quotidiana. A religiosidade dessa experiência deve-se ao fato de que,