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O JESUS DE NIETZSCHE E A MORTE DE DEUS

   


Um fragmento biográfico do Filólogo e Filósofo alemão que é citado pela maioria dos cristãos e ateus por sua frase: Deus está Morto.

AFINAL DE CONTAS, QUEM FOI NIETZSCHE?

Antes de mais nada vale a pena ouvir especialistas em Nietzsche no país. Como é o caso da professora Scarlett Marton. 


BIOGRAFIA

Friederich Wilhelm Nietzsche foi o primeiro filho do pastor protestante de Rochen. Nasceu a 15 de outubro de 1844. Viveu, pois, os primeiros anos de sua vida num lar de pastor luterano. Na mocidade pensara em seguir a carreira do pai e do avô, ou seja, tornar-se pastor. Seu pai morreu em 1849 e logo depois a mãe mudou-se para Naumburgo. Ali Nietzsche viveu em companhia de sua mãe, da avó e de duas tias, ou seja, numa comunidade feminina.

Em 1864 dirigiu-se a Bonn para estudar filologia clássica. Estudo Teologia e Filosofia.Tendo contato com a obra de um filósofo que foi um grande influenciador de sua carreira no caso Schopenhauer.

Entre os seus professores estimava-se muito a Friedrich Ritschl e foi por recomendação deste que anos mais tarde Nietzsche se tornaria professor de filologia clássica na Universidade de Basiléia (Suíca), em 1969.

Rischel, na recomendação, escreva:

“São muitos os espíritos jovens que desabrocharam sob meus olhos durante mais de trinta e nove anos, mas nunca conheci um jovem que amadureceu tão rápido em sua idade tão jovem como esse Nietzsche. Prevejo que, se viver por muitos anos (e Deus o queira), será um dos primeiros filólogos alemães.

Em Basiléia fez amizade com o músico Richard Wagner. Mas, quando Wagner aderiu ao cristianismo, Nietzsche afastou-se dele.

Em 1879 pediu demissão na Universidade de Basiléia por causa de sua saúde fortemente abalada. Morreu em Weimar, em 25 de agosto de 1900, vitimado por pneumonia.

Nietzsche defendeu um total desligamento da religiosidade ( porém, tinha uma simpatia pelo Budismo) ofertada pelo cristianismo, ratificando que o único cristão que o cristianismo teve morreu na cruz.

Apontou todos os seus mísseis em direção ao cristianismo institucionalizado, aos teólogos, Paulo de Tardo e até Platão que também foi contemplado pelo discurso em sua obra ANTICRISTO Nietzsche descarrega todas as suas munições contra o "modus vivendi" eclesiástico dos cristãos (representantes de Cristo) em seus dias.
  
A emblemática frase: "Deus está morto" do filólogo e filósofo alemão Friedrich Nietzsche até hoje tem lhe custado o titulo de ateu, o que poucos sabem é que Nietzsche era filho de cristãos e que a frase que revolucionara a sua vida possuía um sentido inverso.

O Deus morto de Nietzsche era aquele que alienava o homem de suas escolhas e que ao mesmo tempo norteava a vida moral por meio de parâmetros religiosos.

No entanto, Nietzsche não criticava a religião enquanto expressão dogmática, porém ressaltava que o Ocidente e seus "Modus Pensandi", bem como o seu "Ethos" ao invés de se livrar das amarras da religião institucionaliza e instrumentalizada pelos homens, acabou por servi-lá, alberga-lá com traços sutilmente religiosos envernizados com uma moral cientifica. 

Destarte que o que Nietzsche estava querendo dizer à respeito da morte de Deus era simbólico, isto é, não havia mais necessidade de fundamentos transcendentais para nortear à vida uma humana uma vez que o homem moderno está pautando sua vida ou suas escolhas não mais em recorrências como no passado à Deus por meio da consulta à oráculos ou à genuflexão e sim nas escolhas de seu desejo egóico. 

O que você não sabia:


Na verdade Nietzsche era um admirador de Jesus cristo, (humano demasiadamente humano) ele o denomina como o "mais nobre de todos os homens" e acrescenta "ele morreu cedo demais".    Porém, é claro que não poupa reservas para enaltecer que o único cristão que existiu morreu na cruz. (Anticristo)


O Deus morto de Nietzsche referência na verdade o critério por ele adotado para explicar por meio de sua filosofia, ("diferente de Descartes"  que que salvar Deus a qualquer custo e Platão com sua filosofia suprassensível (mundo das ideias), que seu modus pensandi poético-filosófico não estaria pautado em uma perspectiva teocêntrizada e metafísica, como fizeram boa parte dos filósofos até seu tempo. O que equivale dizer que o "Deus morto" de Nietzsche seria na verdade um giro metodológico, isto é, o critério para explicar o mundo não será mais o céu, e sim a vida, o mundo, o ser, etc.

Portanto, Nietzsche não quer sacralizar ou dogmatizar o deicídio divino enquanto morte absoluta, o que Nietzsche pretende descrever enquanto leitura em seu tempo e como um homem moderno é que a humanidade não recorre ou melhor não referência como fez o homem passado, a transcendência como bússola para nortear sua vida.

Referências:

ZILES, Urbano. Filosofia da Religião. - São Paulo: Paulus, 1991.


Paulo Mazarem
21 Fev 2013

Florianópolis

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