Não há dúvidas que o homem pré-histórico sempre se viu envolvido na prática de rituais, cerimônias que o evidenciavam como “ser religioso", o enterrar dos mortos já era um sinal de religiosidade e isso vem desde o período Paleolítico, porém é no sepultamento dos mortos que encontraremos a única prova de uma cultura “religiosa” no paleolítico.
Nesse período pré- histórico, o corpo era enterrado, isso em
geral, com inúmeras conchas marinhas, colares e fragmentos de marfim numa
sepultura pintada com um pó ocre.
O ocre simbolizava para aquela cultura o sangue, vetor da
vida, e as conchas, o principio da fertilidade feminina, para o homem
paleolítico a “sepultura” frequentemente lembrava o “ventre materno” e por isso
o cadáver voltava para o ventre chamado terra em uma posição pré-natal, ou
seja, eles eram enterrados em uma posição fetal, sendo assim voltavam para
terra [Gaia] na esperança de um novo nascimento.
Nesse período o papel fundamental da mulher em hipótese
alguma era questionado, pois era ela a fonte de vida, e assim a consciência de
paternidade não existia no Paleolítico, além do mais a “relação sexual” não
aparece diretamente ligada á gravidez.
O ato sexual aparenta-se mais a um rito que leva a
fecundação das mulheres do que a um ato diretamente reprodutor, sendo assim
naquele contexto predominava uma cultura de orientação fortemente Matriarcal.
No entanto, no neolítico essa concepção típica do nomadismo
vai dar lugar a uma nova concepção de religiosidade. Essa fase de transição obedece aquele período definido pelos historiadores de nomadismo para o sedentarismo.
Para entender o processo é necessário, lembrar o que já foi dito, de acordo com os historiadores um grupo de nômades chegou á mesopotâmia por volta do ano 6000 a.C e lá eles aprenderam a plantar sementes e a colher alimentos pois não era mais necessário sair em busca dos alimentos destarte que esses grupos se estabeleceram em casas formando os primeiros povoados da terra.
Para entender o processo é necessário, lembrar o que já foi dito, de acordo com os historiadores um grupo de nômades chegou á mesopotâmia por volta do ano 6000 a.C e lá eles aprenderam a plantar sementes e a colher alimentos pois não era mais necessário sair em busca dos alimentos destarte que esses grupos se estabeleceram em casas formando os primeiros povoados da terra.
Foi por causa da agricultura e da agropecuária que
essas pessoas deixaram de ser nômades, o
que significa que elas não precisavam mais se deslocar para ir em busca de
alimentos ao invés disso ficariam em um
único lugar no ano inteiro, a isso chamou-se de sedentarismo.
Percebe-se que o neolítico, idade da pedra polida, será um
período caracterizado por imensas revoluções agrárias o que afetará
diretivamente a cultura religiosa daquela civilização.
Então, relembrando é no oriente próximo que o sedentarismo vai dar seus
primeiros passos. É exatamente ali que o trigo e a cevada serão domesticados naquela região de Jericó e no
oásis de Damasco, momento marcado também pela agropecuária, criação de cabras, seguida da de carneiros e de porcos, que se espalha nos
arredores do Eufrates e do Jordão. Ora, é com a agricultura e a domesticação de animais, que o homem opera uma verdadeira revolução espiritual. Ele se coloca no centro do mundo.
De acessório de reprodução do clã (paleolítico), para aquele que contém as sementes da vida (neolítico), isto ajuda a explicar de certa forma toda cosmovisão religiosa operada pelo patriarcalismo, principalmente nas tradições religiosas monoteístas, onde o homem é visto como elemento indispensável para a manutenção seja da vida religiosa, (sacerdote, profeta), vida social (rei), familiar (pai), e espiritual (Deus). Isso ajuda entender o androcentrismo principalmente na cultura ocidental.
A vida em sociedade organizada em torno do clã, permitia a
partir de então o desenvolvimento de uma lógica totêmica, o que equivale dizer
que qualquer objeto, animal ou planta transmutava-se a nível de identificação heráldica
daquela tribo. Os ritos outrora destinados á multiplicação das espécies
animais com vistas à caça são agora consagrados às forças sobrenaturais da
própria natureza.
Portanto, é na agricultura que o “falo” vai assumir na era
neolítica a ideação de reprodução, replicação, transformação, fertilidade, uma
vez que a semente (sémen), é o responsável pelo surgimento da vida e
aparecimento da colheita, sendo assim o homem ocupa nessa noosfera uma posição
de destaque dentro do clã e consequentemente a divindade dentro desse processo vai
assumindo características paternas.
Pretende nesse pequeno artigo convidar a todos a uma das muitas leituras da
religiosidade no período pré-histórico.
Referências:
BANOM, Patrick, Para conhecer melhor as religiões; SP, Claro Enigma, 2010.
Paulo Mazarem
Florianópolis,
25/07/13.
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