Pular para o conteúdo principal

SEMITAS E O JUDAÍSMO





Defina Religiões Semitas? Especificando e discorrendo sobre uma delas especialmente? 

Definir é sempre esgotar, dogmatizar, blindar os termos, e a possibilidade de ressignificação, prefiro conceituar e analisar toda “definição” como um ponto de partida e não como conclusão hermética, isto em qualquer área dos saberes.

Quando pensamos a respeito do termo somos remetidos ao passado e é exatamente no passado que vamos analisar a origem dos povos monoteístas que deram origem às religiões que hoje se entende por semitas.

É necessário entender que à genealogia desses povos nos permite ver que é geograficamente no mediterrâneo que vão aparecer  como nos informa à tradição bíblica, os primeiros a adotarem a partir de Sem, filho de Noé de acordo com os historiadores o termo “semita”.

De lá para cá, os pesquisadores entenderam ser necessário cognominar a partir dele todos os povos que adotaram como modelo a crença monoteísta, isto é a crença em um único Deus, tendo nesse caso em particular atualmente as três maiores tradições monoteístas o Judaísmo, Cristianismo e o Islamismo.

Percebam que o elenco é propositalmente classificatório e segue sua origem histórica, bem como o seu desdobramento, sendo o judaísmo a irmã mais velha das outras duas correntes religiosas e o cristianismo uma dissidência do judaísmo, já o islamismo uma dissidência de ambos os grupos à saber do Judaísmo e do Cristianismo, a contar pelo mensageiro que se revela a Mohamed, ou Maomé, conhecido da tradição judaica e cristã pelo nome de Gabriel, sendo um aventar a meu ver ou uma hipótese, um fragmento das muitas possibilidades que gravitam em torno de sua gênese religiosa.
Para um observador atento sabe-se que o arcabouço doutrinário de ambas as tradições são amplamente antagônicos, sendo o islamismo congênere do judaísmo no que diz respeito ao monoteísmo e contrário ao cristianismo que se posiciona teologicamente a partir da crença em um só Deus que é Pai, Filho e Espirito Santo, isto é a a fé na Trindade. Ora tal posicionamento tanto para os islâmicos como para judeus é “Absurdus”, aquilo que viola as leis da lógica sendo contraditório e não albergado por tais religiões.

Porém retomando a questão semita, bem como a origem de seu nome “Sem”.
De acordo com (Champlin, 2004):

O significado desta palavra hebraica é disputado. Adivinhações incluem “nome”, “filho”, ou um nome derivado de sumer, que nos levaria a entender que ele descendeu dos povos muito antigos da Mesopotâmia. Mas até onde a história nos revela, os semitas (descendentes de Sem) eram da região montanhosa da Armênia. Alguns alegam que esses povos surgiram no Egito e migraram à Suméria. É o nome de Sem que temos a palavra semitas.

No que diz respeito à origem etnológica e etimológica do termos sabemos que
o judaísmo em particular se estrutura no credo máximo de sua confissão basilar descrita pela torá, Deuteronômio 6:4 nos seguintes termos “Ouve Israel, o Senhor Nosso Deus é o único Senhor”.

Sendo necessário memorar que a tradição escrita foi antecedida pela Oral e é na tradição oral que se fundamenta a crença em um único Deus. Sendo depois de Noé aquele que escapou de acordo com a tradição hebraica das águas do dilúvio, Sem seu filho o herdeiro do legado espiritual deixado por seu pai que na trama bíblica coopta-se com o protagonista mais lembrado dos três grandes blocos religiosos, Abraão, porém esse é um dos lados da história.

De acordo com (Ehrlich, 2010):

As origens da religião antiga de Israel, precursora do judaísmo subsequente, estão envoltas em mistério. Embora alguns estudiosos continuem a aderir rigorosamente à história bíblica, na qual os ancestrais de Israel introduziram um monoteísmo puro no início da história da nação, hoje a tendência dominante é pressupor um amplo desenvolvimento na religião de Israel de um sistema originalmente politeísta ou henoteísta para um sistema monoteísta até a época do exílio babilônico.



Destarte que uma coisa é certa, não dá para negar a influência da cultura à judaica sobre a Cristã e sua imiscuidade sobre à civilização ocidental.


PAULO MAZAREM



REFERÊNCIAS

CHAMPLIN, Norman Russel. Enciclopédia de Bíblia teologia e Filosofa. 7ª ed. São Paulo: Hagnos, 2004.

EHRLICH, Carl S. Conhecendo o judaísmo: origens, crenças, práticas, textos sagrados, lugares sagrados. Trad. Daniela Barbosa Henriques. Petrópolis: Vozes, 2010.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UMA BREVE HISTÓRIA DO CULTO AO FALO

Uma dose de conhecimento histórico, i.e., religiológico, (sim só um pouquinho) é suficiente para deixar nossos pudores embaraçados, uma vez que sexualidade sempre estivera imbricavelmente relacionado a religião parte constitutiva da humanidade.                              Uma historicização a respeito do “falo” ou de seus simulacros (objetos construídos para veneração)  nos períodos arcaicos da história humana, revelará que toda esta carga latente de erotização que (o Ocidente) se dá (eu) ao pênis hodiernamente, está equidistante da concepção que os antigos tinham a respeito da (o) genitália (órgão sexual) masculino.  Muitas culturas, incluindo o Egito, Pérsia, Síria, Grécia, Roma, Índia, Japão África até as civilizações Maia e Asteca viam no culto ao pênis uma tentativa de alcançar o favor da fertilidade e à procriação da vida.     Porém, ao que tudo indica o falocentrismo  cúltico  veio da Índia, com a prática do Brahman de adorar o pênis do deus supremo, Shiva.  

RESENHA DO FILME TERRA VERMELHA

Paulo R. S. Mazarem O Filme “Terra Vermelha" de 2008, direção e Roteiro do chileno Marco Bechis , bem como os demais roteiristas Luiz Bolognesi, Lara Fremder foi produzido com a finalidade de dilucidar a realidade enfrentada pelos índios Guarani- Kaiowá e descrever a perda espacial de seu território no Mato Grosso do Sul, expropriado pelos Juruás (homens Brancos). A co-produção ítalo-brasileira Terra Vermelha , é uma obra com teor político, e torna-se quase que indispensável por assim dizer para quem deseja compreender a questão e realidade indígena de nosso país. Ele descreve como a nova geração de índios, isto é, os jovens reagem diante de um novo sistema que lhe é imposto, onde seu trabalho, cultura e religião não possuem valor algum, efeitos esses decorrentes das apropriações indébitas de terras que em outrora eram suas por nascimento, para não utilizar o termo “direito” que nesse caso, não era um saber do conhecimento

BOB ESPONJA, PATRICK E SIRIGUEIJO - REPRESENTAÇÕES SUBJETIVAS & COLETIVAS DO COTIDIANO

Esses tempos rolou um papo nas redes de que Bob esponja e Patrick eram gays, no entanto eles estão mais para anjos do que para hetero ou homossexuais, sim eles são seres assexuados. De acordo com Stephen Hillenburg (criador do desenho), Bob Esponja é ingênuo,  arquétipo do personagem que está(eve) sempre por aí, do indivíduo que vive e se comporta como uma criança. Já Patrick  não é ingênuo, mas burro.   Ambos formam uma dupla interessante, pois os dois juntos  pensam que são adultos e gênios.   De fato, Bob Esponja não (nunca)  percebe as trapalhadas que ambos cometes e Patrick se acha o melhor cara do mundo. Mas não esqueçamos o Mr. Sirigueijo. O senhor Sirigueijo, (chefe do Calça Quadrada na lanchonete)   tem uma história mais íntima, na verdade ele foi inspirado num chefe que Hillenburg conheceu quando trabalhou num restaurante... de frutos do mar.   O mesmo diz o seguinte: "Eu era da Costa Oeste americana, ele era da Costa Leste”. Ele tin