Imagine um
homem, pai de família que de repente se transformou em um pedófilo,
pensou?
Ele começou a prostituir crianças e assediar a própria sobrinha, obviamente
ele foi condenado e foi levado para um programa de reabilitação, mas foi
incapaz de responder ao tratamento.
Então teve sua prisão decretada, mas Ele pediu uma ressonância do
cérebro e a ressonância indicou um tumor que é responsável por regular o nosso
comportamento social, incluindo os impulsos sexuais, então foi feito uma
cirurgia e retirada o tumor e o comportamento de pedófilo desapareceu, passado
um tempo o comportamento voltou, foi feita uma outra ressonância e foi indicado
uma recidiva de (CARCINOMA) câncer, e então fica a pergunta onde está o
livre-arbítrio?
Este caso, como muitos outros, abalam a crença quase universal que
nós temos em lívre-arbitrio e ele desestrutura toda a organização da nossa
sociedade, do legislativo ao judiciário, nós somos baseados na crença de que
temos 100% de livre-arbítrio e somos donos das nossas escolhas, o problema
é que o seu cérebro decide o que você vai fazer aproximadamente “meio segundo”
antes de você achar que você está decidindo por você mesmo, a sua mente recebe
a decisão do seu cérebro e não o contrário. Mas hoje em dia muitos
neurocientistas se dedicam a responder uma outra questão! Crer ou não no
livre-arbítrio?
Por que acreditar em livre-arbítrio pode alterar a forma como
o seu cérebro funciona e assim modificar o seu comportamento. Dois
pesquisadores de Minissota resolveram fazer um teste, pegaram um grupo de
voluntários e dividiram em dois. Em um grupo eles fizeram que os voluntários
lessem textos que induzia a acreditar em determinismo, ou seja, a descrença em
livre arbítrio, e no outro grupo o inverso.
Depois de lido os textos os dois grupos fizeram o mesmo teste. E
nesse teste existia a chance de colar. Como eles poderiam colar?
Apertando um botão que indicava as respostas corretas. Porém,
eles foram instruídos pelos pesquisadores a não apertarem o botão e a
resolverem os problemas eles mesmos, terminado o teste foi feita uma análise
para ver a percentagem de cola.
E o que que aconteceu. O grupo que tinha sido induzido a acreditar
em determinismo, colou muito mais do que o grupo que havia sido induzido a
acreditar no livre-arbítrio. Mas eles tinham a consciência disso? De forma
alguma!
A leitura do texto influenciou a forma como o cérebro deles
funcionava, sem que eles tivessem consciência dessa influência. Esse estudo
sugere que crer no livre-arbítrio promove honestidade. Na mesma linha, outros
estudos sugerem que crer em livre arbítrio ajuda a promover a gratidão, reduzir
o stress, reduzir a agressividade e aumentar a cooperação.
Estudantes que fizeram curso de neurociência e foram expostos a
debates sobre o livre-arbítrio, optaram por sentenças menos severas a
criminosos, então este estudo sugere que ser exposto ao debate sobre
livre-arbítrio, aumenta a compaixão.
Para a neurociência até onde a gente sabe, o livre arbítrio é
em grande parte uma ilusão e também conhecido como uma construção social. Mas
crer nele ou participar ao debate sobre ele influencia positivamente o nosso
comportamento ajudando a construir uma sociedade mais saudável.
Paulo Mazarem
Florianópolis
04 Jan. 18
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