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O LEVIATÃ ANÊMICO E A QUE PONTO CHEGAMOS MAIS OU MENOS?



Falando em mais ou menos, em polarizações temporais como essa que se impõe, onde todo o bom senso sofre o risco de ser acusado de traição, por uma das partes, não há dúvidas de que o equilíbrio encontra-se sub judice. 

Porém, como a premissa que pretendo abordar aqui é a respeito do estado, então vamos lá, o Brasil (a meu ver) precisa de menos e mais estado ao mesmo tempo como destaca o economista Eduardo Gianneti. Se analisarmos bem, vamos perceber que ambas as partes, tanto a social democracia como a direita liberal, defendem mais ou menos de forma “radicalizada” ou “mais ou menos”, uma coisa ou outra. Na verdade é um imbróglio!

Hoje, por exemplo, encontramos nos programas de governo (Eleições 2018) pautas que defendem mais ESTADO e menos mercado (ainda que no papel estejam expressões do tipo, o Estado deve ter o tamanho necessário que precisa ter? Que tamanho?) ao passo que outros defendem mais mercado e menos estado.

Ora, nesse binarismo que atualmente se transformou em um maniqueísmo (bem e mal), é que os programas de governo pautam a sua(s) proposta(s), porém, se fizermos uma anamnese histórica do Estado brasileiro, vamos perceber que ele não está onde deveria estar e está onde não deveria estar, talvez seja, por isso que é menos e mais.

No meu ponto de vista, o Estado brasileiro não precisa estar envolvido em atividades empresariais, não deve subsidiar grupos privados, não deve proteger a economia e não deve dar pensões para funcionários públicos completamente desconectada da realidade brasileira, não deve, repito, não deve! Por isso, menos estado, aqui!

A grande verdade é que o Estado brasileiro faz muita coisa que não deveria estar fazendo, e não faz o que deveria, o próprio crescimento da rede privada de ensino são provas claras da debilitação daquilo que o cientista político Sérgio Abranches ao se referir ao Estado brasileiro denominou de um leviatã anêmico (isto para não mencionar os planos de saúde privada que explicitamente mostram que a saúde se tornou um fardo em nosso país, uma vez que o SUS-to é uma vergonha).

Falando em educação, quem lembra do Custo Aluno-Qualidade (CAQ) e do Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) que estão inseridos no contexto maior de discussão sobre qualidade na educação em nosso País e sobre o pacto federativo que foi incluído em quatro das doze estratégias da Meta 20 do novo PNE (Plano Nacional de Educação, Lei 13.005/2014) e que já deveria ter sido implementado há mais de dois anos, mas em 2017 a Justiça desobrigou o MEC a tirá-lo do papel?

Caros leitores, as demandas são surreais, porque atualmente o Estado não atende as necessidades básicas da cidadania, tais como: “saneamento básico, saúde pública digna para toda a população e não possui um sistema de aposentadoria que seja universal e que de o mínimo de dignidade para as pessoas comum”. Hoje o que percebe-se é um sistema de castas muito extravagante, que no fundo é um paradoxo, porque está onde não deveria!

Por este motivo o minarquismo, mostra-se urgentemente como a melhor solução para que saiamos dessa barufa socioeconômica, ética e civil que nos encontramos.

Enfim, o Estado é grande demais em alguns lugares e pequenos demais em outro, o leviatã está com anemia e um dos diagnósticos previsíveis da sintomatologia que se apresenta é o fisiologismo que se aparelhou nas mais diferentes instituições do nosso país, por meio de benesses, troca de favores e alianças que custam caro não só a democracia, mas principalmente aos que estão na base desta pirâmide, o povo.

Não sei se em quatro anos, conseguiremos colocar a casa em ordem (sistêmicamente falando), mas sei que em quatro anos pode-se bagunçar ainda mais, porém otimismo não falta para o povo brasileiro que transformou o cenário eleitoral em uma verdadeira arena, fazendo da opinião política uma espécie de vale tudo, justificando inclusive, violência, ruptura de amizades, de laços familiares e etc...

Não sou pessimista, nem (a)político, mas acreditar que na política está a panaceia para todos os nossos problemas, (reduzindo o “status quo” soterio e escatológico que só a fé em Jesus podem produzir), é o mesmo que dizer que não haverá mais o mal no mundo, depois do dia 28 de Outubro.

Ora, quem não compreende isso, é tão culpado quanto aos judeus que não perceberam em Jesus, o verdadeiro Messias que haveria de vir, (por isso trate logo de se reconciliar com aquelas pessoas que você desprezou por causa de sua opinião política, pois não chegaremos nunca em nenhum lugar se o diálogo e o civismo não forem o leitmotiv imperativo em nossas trocas sociais) e não se esqueça o reino de Deus começa aqui, mas não termina aqui!

Paulo Mazarem
Florianópolis
13 Out. 18



REFERÊNCIAS:

Redução do Estado. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Y1bCn457ND4 > Acesso em: 12 Out. 18

O que seria o estado mínimo? (minarquismo). Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=dMGiUg416ps > Acesso em: 12 Out. 18

Um breve guia para entender o CAQi e o CAQ <http://www.custoalunoqualidade.org.br/o-que-e-caqi-e-o-caq > Acesso em: 12 Out. 18

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