Pular para o conteúdo principal

RUMI E O ENCONTRO LUMINAR COM SHAMS TABRIZI



                                              Levante suas palavras, não sua voz. É a chuva que faz as flores crescerem, não os trovões.

 

Ele não era certamente um muçulmano convencional. Tendo recebido do próprio pai o título de Maulana, que significa “Nosso Mestre”, é considerado um dos pilares do sufismo, o núcleo místico do Islã. Foi o criador da famosa dança giratória dos dervixes e autor de alguns dos mais apaixonados poemas da literatura espiritual. Foi contemporâneo do muçulmano Ibn Árabi (1165-1240), dos cristãos Francisco de Assis (1182-1226) e Tomás de Áquino (1225-1274) e dos judeus Abraham Abulafia (1240-1291) e Moisés de Léon (1240-1305). Na verdade, Maulana Jalal ud-Din Rumi, nasceu em 30 de dezembro de 1207, três anos depois da morte de RAMBAM, um dos maiores mestres que o judaísmo produziu. Trata-se de uma sincronia, no mínimo providencial. 

 

O pai de Rumi, Baha ud-Din Walad, era um teólogo ilustre e renomado mestre sufi que em decorrência da iminente invasão das hordas mongólicas, chefiadas por Gêngis Khan, se viu na obrigação de emigrar da aldeia de Waksh, administrada pela cidade de Balkn, capital do velho reino da Bactriana, berço da civilização ariana e pátria do profeta Zaratustra. 

 

Nesse período Rumi, ainda errante, desposou em Samarcanda, a jovem Gowhar Katun. E cumpriu sua peregrinação ritual a Meca. Ao passar por Nishapur, na Pérsia, visitou, em companhia do pai, o célebre mestre sufi e poeta Farid ud-Din Attar, autor de A linguagem dos Pássaros. Conta a tradição que Attar reconheceu de imediato a estatura espiritual de seu jovem visitante e, maravilhado com tal grandeza, abençoou a luz daquele dia, afirmando que era a primeira vez que via um Lago (o pai) ser seguido pelo Oceano (o filho). 

 

Em 1228, a família fixou-se finalmente em Konya. A região de Anatólia, na atual Turquia, era então conhecida pelo nome de Rum. E foi daí que se originou a alcunha Rumi, atribuída ao poeta. Com o pai, Rumi estudou mística, teologia, jurisprudência e literatura. E tão notáveis foram os progressos intelectuais dele que, apesar de ter apenas 24 anos por ocasião da morte de Baha ud-Din, foi imediata e oficialmente convidado a sucedê-lo. Para completar seu treinamento na difícil senda do sufismo, aceitou ao longo de uma década, a tutela espiritual de Sayyed Burhan ud-Din Muhaqiq, um antigo e avançado discípulo de seu pai. Iniciando a instrução com retiros espirituais de 40 dias, Burhan ud-Din o fez escalar os vários degraus da “Ciência dos Estados Místicos”. Nesse período, rumi passou mais de quatro anos em Alepo e Damasco, na Síria, onde parece ter-se encontrado várias vezes com Ibn Árabi

 

Quando o treinamento finalmente terminou, Rumi havia alcançado o status de instrutor sufi. Chefe de família, cercado por centenas de discípulos e cumulado de honrarias, ele parecia ter um futuro perfeitamente definido. Foi nesse majestoso platô da existência que um acontecimento extraordinário causou uma completa reviravolta em sua trajetória. Era o dia 28 de novembro de 1244. Coberto por um turbante tão imponente quanto a sua reputação, Rumi, então com 37 anos, cavalgava para a Madrassa à frente de um séquito de estudantes. Ao passar diante de uma pousada de caravanas, um desconhecido postou-se à frente dele. O forasteiro trajava um surrado manto de lã preto. E antes que o ilustre professor pudesse esboçar qualquer reação, fulminou-o com a seguinte pergunta: “Tu, que és o grande conhecedor de teologia e das Escrituras, responde-me: quem é maior, o Profeta Muhammad ou Bayazid Bistami [mestre sufi do século 9º]?”.

 

A questão parecia um grande disparate. E o professor respondeu a ela da maneira mais convencional possível: “Muhammad foi, sem dúvida, o maior de todos os santos e profetas”. Ao que imediatamente foi interpelado: “Se é assim, porque Muhammad disse ‘Não te conhecemos, Senhor, como deves ser conhecido’, enquanto Bayazid exclamou ‘Glória a mim! Imensa é minha glória! Pois, não há nada senão Deus em cada partícula do meu ser’? 



O desconhecido havia tocado no ponto nevrálgico de toda a mística: a unidade essencial entre o homem e Deus. O impacto de sua afirmação foi tamanha, que Rumi caiu desmaiado. 


Anos mais tarde, assim relataria sua experiência: “Quando ele me apresentou aquela questão, vi uma janela se abrir no alto de minha cabeça, e uma fumaça elevar-se até o Trono de Deus”. Ao recobrar a consciência, tomou o forasteiro pela mão e entrou com ele na Madrassa. Juntos permaneceram trancados durante 40 dias, sem que ninguém se atrevesse a perturbá-los.

 

O homem que causou tanta impressão em Rumi é um dos personagens mais enigmáticos da história da espiritualidade. 




Shams ud-Din Tabrizi (Sol da Religião de Tabriz) é o nome pelo qual ficou conhecido. Errante e solitário, recebeu também a alcunha de Parinda (Pássaro), por estar sempre voando de galho em galho. Anticonvencional até o limite da insolência, demolia as convicções de seus mais ilustres interlocutores com frases mordazes. Ao mesmo tempo, era capaz de passar por uma cidade em perfeito anonimato, sem que ninguém suspeitasse de sua magnitude espiritual. Sempre vestido com o manto de lã preta e permanecendo, muitas vezes, uma semana inteira com um único prato de sopa rala, parecia ter sido na juventude uma pessoa de rara beleza. Tinha de 45 a 65 anos quando se encontrou com Rumi.

 

No Maqalat Shams-i Tabrizi (Discursos de Shams de Tabriz), única obra em que foram compilados seus ensinamentos, Shams revela que fora discípulo do xeque Abu Bakr, de Tabriz, na Pérsia. “No entanto, havia em mim algo que meu mestre não pôde ver”, disse. “De fato, ninguém era capaz de vê-lo. Mas meu senhor Maulana o viu. Eu era água estagnada, fervendo e entornando-me sobre mim mesmo e já começando a cheirar mal, até que a existência de Maulana me encontrou. Então, aquela água começou a correr e continua correndo: doce, fresca, saborosa”. As palavras de Rumi a seu respeito não são menos veementes: “Eu estava cru. Depois fui cozido. E enfim consumado.”

 

No dia sete de Mehr (28 de setembro), é celebrado anualmente as comemorações nos centros culturais e científicos do país, em particular na cidade de Khoy, onde está sepultado o grande místico iraniano o Shams Tabrizi.

 

Ele nasceu em 1185 e faleceu em 1248. Não existem muitas informações sobre a vida de Shams Tabrizi, a quem dedica o Molana Jalaudin Mohammad Molavi (Rumi), o renomado poeta e mística iraniana a grande parte das suas poesias; e ainda existem mistérios e ambiguidades sobre a sua vida.

 

Quando o Shams Tabrizi chegou à Konya em 1244 (no ano 642), tinha cerca de 60 anos e foi neste período que o Rumi o conhecia e este encontro tinha causado grandes alterações na vida do poeta; nesta época o Rumi tinha 39 anos.

 

São poucas informações sobre este velho homem de 60 anos; sobre o que ele disse ou feito e como em pouco tempo conseguiu transformar o Rumi, o proeminente estudioso, filosofo erudito que ensinava nas quatro escolas credenciadas, em um homem apaixonado? Obviamente, o Rumi com este encontro se transformou e ficou totalmente perdido; porem, satisfeito e alegre pela esta mudança.

 

Segundo os que pesquisadores do Rumi, se não fosse o Shams e o seu encontro com Rumi, porventura nunca ele ficasse tão conhecido ou tornasse tão singular na literatura persa e no mistíssimo. O Rumi inspirou o seu grande livro poético o “Mathnavi” após conhecer o Shams Tabrizi. Ao mesmo tempo, se não fosse o Rumi, o nome do Shams nunca ficaria mundialmente conhecido e eternizado.

 

Místico vidente, o Shams al-Din Mohammad Ben Ali Ben Malek Tabrizi, nasceu no final do século VI da Hégira lunar (AH) (cerca do ano 582) e fechou os seus olhos a este mundo nos finais do século VII Hégira lunar (645).

 

Antes de ser publicado o livro “Os Artigos do Shams Tabrizi” não havia notícias importantes sobre ele. Outras obras mais antigas, como “Ebteda Naemeh” de autoria Soltan Valad, filho do Molavi, “Managheb al-Arefin” de Aflaki e o ensaio de “Sepah Salar”, também fornecem informações sobre o Shams Tabrizi.

 

No ensaio de “Sepah Salar” sobre o Shams disse: Nenhuma criatura tem informações sobre a vida do Shams, porque ele escondia a sua fama e reputação e os seus mistérios. No livro “os Artigos”, embora não fale sobre o histórico do Shams, mas nos fornece informações que através delas pode conhecê-lo, isto é pelas descrições e as suas recordações ou depoimentos, depoimentos e suas memórias que têm feito nas diferentes ocasiões sobre as pessoas e personalidades, os quais podem ser úteis para identificá-lo.

 

 

O TÚMULO DE SHAMS TABRIZI LOCALIZADO NA CIDADE DE KHOY

 

Muitos pesquisadores acreditam que o livro «Artigos de Shams Tabrizi» é uma janela que pode diretamente nos familiarizar com esta personalidade extraordinária e com os seus pensamentos e métodos. No livro se disse: ”quando o Shams chegou à Konya- estas informações também são mencionadas no ensaio de “Sepah Salar”. - foi ficar em um Caravançarai. Perguntaram-lhe porque não iria a uma Khanaqa (Tekke)? “Ironicamente respondeu que não merecia e não era digna de entrar na Khanaqa, e que ela era o lugar para quem não tivesse vida terrestre”. A vida dos que residem na Khanaqa é preciosa e não se pode ser desgastada com assuntos terrestres”. Perguntaram-lhe se não vai a Khanaqa, então como sábio e docente deve escolher uma escola e ele respondeu: "as pessoas da escola são reféns das suas palavras e isto não era o meu negocio. E se quiser falar do meu jeito, obviamente, vão me rir e me recusaram". Ele continuou, “então me deixem na minha solidão, sou um estranho e solitário que o seu lugar somente é neste Caravançarai”.

 

Shams se sente solitário neste universo. “Deus, me criou sozinho, o povo não está familiarizado com a minha fala”. Uma linguagem que ninguém entende, por isso dizia: "Deus faz criaturas que ninguém suporta a sua tristeza e alegria, que beber vinho da sua recipiente, jamais se encontrará, e é uma perdição".

 

Shams, embora amasse o povo, mas evitaria se misturar e estabelecer relação com as pessoas, porque acredita: "neste mundo não tenho convivência com esta gente”. Esta sensação de solidão é tão forte nele que imaginava desde a sua infância estar sozinho e desconhecido. Às vezes, surpreendido por este sentimento de alienação e solidão tão forte que dizia, "será que os meus pais na infância, me abandonavam num lugar e tive que conviver com animais e crescer com esta fauna?”.

 

Nos “Artigos de Shams Tabrizi” também conhecemos os seus pais.  Ele em “Artigos” apresenta os seus pais como pessoas piedosas e gentis. Na sua crença, foi criado mimado. Ele disse: “Foi à culpa dos meus pais que me criaram mimado”. Shams Tabrizi, numa parte de “Artigos” com todo o afeto que um filho sente pelos pais, disse: “eles foram boa gente, mas não foram apaixonados, o meu pai não me conhecia”. Estava recluso na minha cidade, o meu pai foi estranho para mim, estava longe dele. “Tratava-me com ternura, mas sempre pensava que queria me rejeitar, me abandonar e me jogar fora da casa”.

 

Em partes do livro, o Shams mergulha o leitor na sua infância. Embora use frases curtas sobra a sua vida, mas pode entender a sua diferença -mesmo na idade infância- com outras crianças e alunos da escola em que não foi educado com a mesma tradição. Ele parece uma personalidade que sofria da austeridade, repleto do amor divino e estes retiraram dele o sonho e mesmo a alimentação, tem um moral diferente. O pai, na expressão de hoje, não o compreendia; não podia o considerar sábio nem ignorante ou loco.

 

Shams tenta convencer o pai para não impedi-lo. Ele conta ao pai, historia de uma galinha que cria ovo de um pato, ela cuidava de todos os ovos e até saíram da casca, quando eles cresceram levava-os ao litoral do mar, o patinho salta na agua, nadando, a mãe que não sabe nadar, fica fora encaminhando.

 

Shams, fala com o seu pai e dizendo-lhe: "agora eu cheguei ao mar, que é o meu lugar. Aqui é a minha cidade natal, sendo isto o meu humor. Se você for igual a mim, entra na agua, se não volte para o galinheiro junto com galinhas”.

  

Provavelmente, Soltan Valad, o filho do Molavi, é quem acolheu “Artigos do Shams”. Foi dito que uma das coleções que foi copiado de um texto original escrito durante a vida do Shams, e durante alguns tempos estava com Rumi, foi compilado numa coleção intitulada "Os segredos de Shams al-Din Tabrizi". Os Pesquisadores acreditam que o motivo para deste titulo, era que o Rumi, chamava as palavras do Shams como segredos. O próprio Shams também repetidamente sublinhava que contava "segredos” e não meramente palavras. No livro ”Artigos” a este respeito disse: “vem alguém com muitos segredos, me pediu falar dos segredos, lhe respondi que somente posso contar segredos a quem me identifico nele , abro o meu segredo a quem vejo o meu ego, não  vê-lo igual a mim, e vejo outra pessoa".

 

Por outro lado, é interessante saber que os seguidores do Rumi, chamavam o livro “Artigos de Shams” como “Manto do Shams Tabrizi”. Esta interpretação também oriunda das palavras do Shams. Tem sido habitual que os renomados sufis, vestiam aos seus seguidores o manto de sufis (um traje de lã) e isto era um sinal de reconhecimento da submissão do guiado ao guia ou instrutor. Shams sempre afastava deste ritual, e se considerava muito superior a estas etapas ordens.



 

O Shams, segundo os místicos era uma personalidade espiritual e ao mesmo tempo eloquente, mas infelizmente não escreveu livros. Se porventura escrevesse, seria a maior obra-prima da prosa persa. O Rumi nos seus líricos e odes mencionava a força da palavra e a doçura do discurso do Shams, e o próprio Shams tinha também consciência do seu discurso forte. Nos Artigos ele dizia: “quem familiarizar com a minha linguagem, o seu sinal será a frieza e amargura da sua linguagem (...) tornando-se tão desagradável que ninguém falará com eles”.

 

Rumi, segundo Shams, dizia: "quando descobri-lo, os meus livros perderam o seus propósitos e gostos”.

 

Os ensinamentos de Rumi abre o caminho para o desconhecimento do homem contemporâneo e a sua mensagem ao homem de hoje é adoração a Deus apaixonadamente e enxergar o universo belamente e reconhecer o lugar e a dignidade do homem e escolher um estilo da vida muito alegre e meiga.

 

Hoje, mais do que nunca, o homem precisa da literatura. Em momentos de raiva e violência e sem afeto, o momento em que as manchetes de noticiarias mundiais falam da destruição, sangue, crueldade e loucura, se vê um grande vacu da literatura; mais do que em outros momentos.

 

A missão da literatura atual é mostrar a verdade da vida humana, uma tarefa para corrigir e melhorar as vidas no sentido a alcançar a perfeição.

 

Hoje, mais do que nunca, a humanidade esta carente e necessita de ajuda. Humor, Sofrimentos interiores e Conflitos intrínsecos do homem de hoje é o mesmo que tinha sido existido durante milhares dos anos, com uma diferença: A alma do homem contemporâneo enfrenta a sua decadência.

 

O homem moderno é, mais do que qualquer outro momento, conflitoso e violento e muito ambicioso. O mundo materialista de hoje está passando por uma barbaridade mundana e a literatura pode ajudar e dirigir as pessoas, criando um consentimento. A literatura é um capitulo comum para todos os seres humanos, desde passado até o presente.

 

Segundo Vargas Llosa [1] “Por meio da literatura, a humanidade pode se conhecer e se dialogar. A literatura possibilita a cada pessoa, com a sua característica, ultrapassar a historia e aprender lição dos ensinamentos e apresentar um novo plano para reconstruir o seu universo desprovido de violência e mentiras, ilusão e medo. Hoje, o próprio homem perdeu o seu Deus e o amor e sozinho esta vagueando sem rumo”.

  

O amor é a ponte entre o ser humano e o Deus.

 

O Molavi ajuda o homem desnorteado, e traves dos poemas dirige-lo ao Amor. Porque ele vê a perfeição de adoração a Deus e a experiência da religiosidade -o mais adequado caminho da relação entre homem e o Deus- através do amor.  A paixão que Rumi apresenta ao homem se inicia pela atenção e o apego às aparências humanas, porem em direção ao Deus em que com Ele alcance a Perfeição.

 

Euforia, vitalidade e paixão inesgotável do Rumi, lança a luz de um entusiasmo e alegria sobre toda a vida e o caráter, arte e a escola mística. Sua abordagem sobre a verdade e a paixão, se baseia em uma experiência romântica. Para ele, a paixão é a própria vida.  O Amor no olhar do Rumi, é uma relação vital e dinâmica entre o servo e o Deus que conceitua a Criação, Vida, Morte e Apocalipse.  O Amor abrange qualquer ser vivo no planeta; a pergunta é “como o homem perdeu a sua paixão inerente”?

 

Do ponto de vista do Rumi, a servidão com paixão, lapidaria o coração do homem, em que se passa do narcisismo à adoração de Deus.  Faz com que o homem reconheça a sua posição e o seu nobre lugar.

 

Cada ser humano no olhar do Jalal edin Muhammad Rumi possui o talento suficiente para se aproximar a Deus. A mensagem de Rumi para o homem atual é a adoração apaixonadamente a Deus, e enxergar o seu universo belamente e reconhecer o lugar e a dignidade humana e prosseguir a vida alegre e meigamente.

 

O Amor em todos nós, é um dom inerente que está depositado simplesmente na vida, basta procura-lo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UMA BREVE HISTÓRIA DO CULTO AO FALO

Uma dose de conhecimento histórico, i.e., religiológico, (sim só um pouquinho) é suficiente para deixar nossos pudores embaraçados, uma vez que sexualidade sempre estivera imbricavelmente relacionado a religião parte constitutiva da humanidade.                              Uma historicização a respeito do “falo” ou de seus simulacros (objetos construídos para veneração)  nos períodos arcaicos da história humana, revelará que toda esta carga latente de erotização que (o Ocidente) se dá (eu) ao pênis hodiernamente, está equidistante da concepção que os antigos tinham a respeito da (o) genitália (órgão sexual) masculino.  Muitas culturas, incluindo o Egito, Pérsia, Síria, Grécia, Roma, Índia, Japão África até as civilizações Maia e Asteca viam no culto ao pênis uma tentativa de alcançar o favor da fertilidade e à procriação da vida.     Porém, ao que tudo indica o falocentrismo  cúltico  veio da Índia, com a prática do Brahman de adorar o pênis do deus supremo, Shiva.  

RESENHA DO FILME TERRA VERMELHA

Paulo R. S. Mazarem O Filme “Terra Vermelha" de 2008, direção e Roteiro do chileno Marco Bechis , bem como os demais roteiristas Luiz Bolognesi, Lara Fremder foi produzido com a finalidade de dilucidar a realidade enfrentada pelos índios Guarani- Kaiowá e descrever a perda espacial de seu território no Mato Grosso do Sul, expropriado pelos Juruás (homens Brancos). A co-produção ítalo-brasileira Terra Vermelha , é uma obra com teor político, e torna-se quase que indispensável por assim dizer para quem deseja compreender a questão e realidade indígena de nosso país. Ele descreve como a nova geração de índios, isto é, os jovens reagem diante de um novo sistema que lhe é imposto, onde seu trabalho, cultura e religião não possuem valor algum, efeitos esses decorrentes das apropriações indébitas de terras que em outrora eram suas por nascimento, para não utilizar o termo “direito” que nesse caso, não era um saber do conhecimento

BOB ESPONJA, PATRICK E SIRIGUEIJO - REPRESENTAÇÕES SUBJETIVAS & COLETIVAS DO COTIDIANO

Esses tempos rolou um papo nas redes de que Bob esponja e Patrick eram gays, no entanto eles estão mais para anjos do que para hetero ou homossexuais, sim eles são seres assexuados. De acordo com Stephen Hillenburg (criador do desenho), Bob Esponja é ingênuo,  arquétipo do personagem que está(eve) sempre por aí, do indivíduo que vive e se comporta como uma criança. Já Patrick  não é ingênuo, mas burro.   Ambos formam uma dupla interessante, pois os dois juntos  pensam que são adultos e gênios.   De fato, Bob Esponja não (nunca)  percebe as trapalhadas que ambos cometes e Patrick se acha o melhor cara do mundo. Mas não esqueçamos o Mr. Sirigueijo. O senhor Sirigueijo, (chefe do Calça Quadrada na lanchonete)   tem uma história mais íntima, na verdade ele foi inspirado num chefe que Hillenburg conheceu quando trabalhou num restaurante... de frutos do mar.   O mesmo diz o seguinte: "Eu era da Costa Oeste americana, ele era da Costa Leste”. Ele tin