O Ocidente moderno tem se destacado pelo seu racionalismo, materialismo e psicologismo. Para os racionalistas, a razão por si só realiza todo o conhecimento; para o segundo, só a matéria dá sentido à vida; e para os psicologistas, verifica-se um reducionismo do espiritual ou intelectual ao infra-humano.
Ao entrar em contato com civilizações tradicionais, o Ocidental pode sentir-se fascinado por aspectos de beleza, mas também inoperante (uma vez que sua racionalidade parcializada) ao se perceber diante de uma tradição milenar, cuja cosmovisão é em absoluto alteritária, deixa escapar aspectos que em certo sentido poderiam ser complementares. Não obstante, se o Ocidental se esquece do essencial, o Oriental é irrazoável no acidental.
Talvez seja por este motivo que o racionalismo se encontra em suspensão com os seus colegas, não por suas críticas ou indiferenças contra a religião, que eventualmente são plausíveis, mas por sua negação da metafísica, uma vez que a racionalidade, o psicologismo e o materialismo, sem o conhecimento o metafisico tornam-se incompletos!
É preciso dizer que a verdade não está em nenhuma das partes até aqui destacadas, uma vez que a transcende, isso significa dizer que enquanto não superarmos os condicionamentos impostos pelo modo particular e esquemático de se perceber o mundo, estaremos sempre a mercê de nossas peculiaridades (idiossincrasias) provincianas. Daí, o porquê de a dialética sem a metafísica estar condenada ao enfado e a metafisica sem a dialética não passar de uma pura ilusão noosférica.
Em suma, penso que é o conúbio dessas cosmovisões que nos darão acesso ao intelecto universal, para daí acessarmos uma realidade que supere ambas as cosmovisões!
Paulo Mazarem
18 jun. 21
Florianópolis
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