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DEBATES FILOSÓFICOS: EXPLORANDO A RELIGIÃO COM FREUD E SCHUON


Philosophical Debates: Exploring Religion with Freud and Schuon

 

 

PAULO MAZAREM[1]

 

A religião é uma ilusão e talvez uma das mais perigosas, pois ela nos induz a viver em conformidade com demandas fictícias e falsas promessas, privando-nos da liberdade e da responsabilidade pela nossa própria existência. Sigmund Freud

 

A religião é a expressão suprema do anseio humano pela verdade e pelo divino. Ela transcende as limitações do ego e nos conecta com uma realidade maior, oferecendo um caminho para a realização espiritual e a união com o transcendente. Frithjof Schuon

 

Resumo: O presente texto oferece uma proposição dialógica e fictícia entre Freud e Schuon e o modo como os dois grandes pensadores debateriam o assunto “Religião” a partir de suas perspectivas. De um lado, Freud expressando sua visão de que a religião é uma ilusão baseada em desejos infantis não resolvidos e uma projeção psicológica e de outro Schuon, defendendo a religião como uma busca pela verdade e pelo divino, transcendendo a lógica empírica. É importante desacatar que essa conversa é fictícia, e criada com base nas perspectivas e ideias gerais atribuídas a Sigmund Freud e Frithjof Schuon. Não obstante, vale ressaltar que eles não tiveram um diálogo real entre si, mas a réplica e tréplica fornecidas aqui tentam capturar as principais linhas de argumentação de cada um em relação à religião.

 

Palavras-chave: Religião; Freud; Schuon; debate fictício; filosofia; psicologia; perenialismo.

 

INTRODUÇÃO:  

 

Embora Sigmund Freud seja um pensador extremamente conhecido, penso que é vital iniciarmos a nossa conversa, fazendo uma rápida apresentação sobre Frithjof Schuon, para na sequência aterrizarmos na biografia de ambos. Schuon foi um influente pensador perenialista e escreveu várias obras ao longo de sua vida. Antes de mais nada, é preciso dizer que o Perenialismo é uma abordagem filosófica e espiritual que postula a existência de uma verdade universal e perene que está presente em todas as tradições religiosas e filosóficas ao longo da história. Na verdade, trata-se de uma perspectiva que acredita, que por trás das diferenças externas entre as religiões e práticas espirituais, existe um núcleo essencial de sabedoria e conhecimento que é compartilhado por todas elas. Nessa linha está F. Schuon que apresenta uma leitura acerca da religião que diverge da visão freudiana. 

 

SIGMUND FREUD

 

Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico, psiquiatra e psicoterapeuta austríaco, considerado o pai da psicanálise. Ele nasceu em Freiberg, Morávia (atualmente Příbor, República Tcheca) e posteriormente mudou-se para Viena, Áustria, onde desenvolveu a maior parte de seu trabalho. 

 

A leitura de Freud sobre a religião é conhecida por sua abordagem crítica e psicológica. Em suas obras, Freud considerou a religião como uma forma de ilusão e uma projeção dos desejos e medos humanos. Ele acreditava que a religião se originava de desejos infantis não resolvidos, particularmente o desejo de um pai protetor e a necessidade de conforto diante das incertezas e angústias da vida adulta.

 

Assim, Freud argumentou que a crença em um ser supremo era uma criação psicológica para lidar com a ansiedade e o medo da morte, além de promover uma sensação de segurança e ordem em um mundo incerto. Ele via a religião como uma expressão coletiva do complexo de Édipo[2], em que os indivíduos transferem seus desejos e sentimentos em relação aos pais para uma figura divina. Além disso, Freud considerava que a religião exercia um papel repressivo na sociedade, impondo restrições morais e promovendo a repressão sexual. Ele via a crença em um ser divino como uma forma de ilusão infantil que as pessoas continuavam a manter em suas vidas adultas.

 

Nesse sentido para Freud, a irracionalidade na religião estava relacionada à crença em um ser supremo ou divino sem uma “base lógica e objetiva”. Ele argumentava que a religião era irracional porque não podia ser empiricamente comprovada e dependia de fatores emocionais e psicológicos, como desejos inconscientes e necessidades emocionais.

 

FRITHJOF SCHUON

 

Frithjof Schuon (1907-1998) foi um importante filósofo, escritor e artista suíço-alemão. Ele é conhecido por suas contribuições no campo do perenialismo, uma abordagem filosófica que busca a unidade subjacente das tradições religiosas e filosóficas.

 

Schuon nasceu em Basileia, na Suíça, e passou a maior parte de sua vida na França. Ele estudou filosofia, matemática e música em Paris. Durante sua jornada espiritual, ele entrou em contato com diferentes tradições religiosas e encontrou inspiração em filosofias orientais, como o hinduísmo e o sufismo.

 

Schuon escreveu extensivamente sobre espiritualidade, metafísica, arte e religião. Suas obras abordam temas como a natureza da realidade transcendente, a busca pela unidade entre as tradições religiosas, a arte sagrada e a importância da contemplação espiritual.

 

Ele foi um dos principais expoentes do perenialismo e influenciou muitos pensadores e espiritualistas ao redor do mundo. Suas obras, como “The Transcendent Unity of Religions” (A Unidade Transcendente das Religiões) e “Understanding Islam” (Compreendendo o Islã), são consideradas fundamentais para a compreensão da visão perenialista e da espiritualidade comparativa. Schuon deixou um legado duradouro como um dos grandes pensadores espirituais do século XX.

 

Ora, como seria enriquecedora uma conversa entre Sigmund Freud e Frithjof Schuon não é mesmo? Um encontro entre dois grandes pensadores com perspectivas distintas sobre a religião. Freud, o fundador da psicanálise que viveu de 1856 a 1939 e Schuon, um filósofo perenialista que nasceu em 1907 e faleceu em 1998. 

 

No entanto, é importante destacar que Freud e Schuon não foram contemporâneos, pois suas vidas e trabalhos ocorreram em momentos diferentes. Portanto, suas trajetórias não se cruzaram no tempo. 

 

Porém, a presente reflexão tem por objetivo, especular a ideia de como seria interessante uma conversa entre esses dois pensadores. É importante notar que não há registros de que eles tenham se conhecido pessoalmente ou que tenham tido interações diretas um com o outro. Em suma, suas abordagens e ideias foram desenvolvidas de forma independente em diferentes campos do conhecimento. 

 

De modo que a proposição aqui esboçada é apenas uma hipótese ou um pensamento de como seria uma conversa entre esses dois gigantes. Por isso, elaboramos respaldados em suas respectivas obras, uma conversa fictícia, daquilo que “possivelmente” seria uma conversa entre eles. 

 

Enfim, fundamentados nas regras de um bom debate, constituído por perguntas, respostas, réplica e tétrica é que apresentamos a intelectuais de todas as áreas, do pensamento humano, a conversa que nunca existiu, mas que se existisse (entre ambos os autores), teria a composição verossimilhante a que vamos apresentar. 

 

PERGUNTA E RESPOSTAS DA CONVERSA FÍCTICIA ENTRE FREUD E SCHUON SOBRE A RELIGIÃO

 

SCHUON: Dr. Freud, como você explica a existência da religião?

Na minha visão, a religião é apenas uma extensão de nossos desejos infantis não resolvidos e uma ilusão criada para nos confortar diante das incertezas e angústias da vida adulta.

 

SCHUON: Compreendo sua perspectiva, Dr. Freud, mas eu vejo a religião de maneira diferente. para mim, a religião é uma expressão legítima da busca humana pela verdade última e pelo divino. ela vai além das necessidades psicológicas individuais e aborda questões existenciais profundas.

 

FREUD: Mas como podemos acreditar em algo tão irracional como a existência de um ser supremo? Não há evidências objetivas para sustentar essa ideia.

 

SCHUON: É verdade que a religião transcende a razão puramente empírica.                No entanto, a existência de um ser supremo ou de uma realidade transcendente não pode ser comprovada apenas pelos métodos científicos. A experiência religiosa e a intuição espiritual desempenham um papel fundamental na compreensão dessas realidades.

 

FREUD: Mas as religiões são tão diversas e contraditórias entre si. Como podemos reconciliar essa diversidade?

 

SCHUON: As diferenças externas entre as tradições religiosas são superficiais e muitas vezes relacionadas a fatores culturais e históricos. No entanto, por trás dessas diferenças, há uma unidade essencial. Todas as religiões compartilham uma busca pela verdade e pela experiência direta do divino, cada uma usando sua própria linguagem e simbolismo para expressar essa realidade transcendente.

 

FREUD: Mas e a questão do sofrimento? se existe um ser supremo benevolente, por que o mundo está cheio de dor e injustiça?

 

SCHUON: O problema do sofrimento é complexo e desafia nossa compreensão limitada. A visão perenialista reconhece que o mundo é permeado por uma ordem divina maior, que muitas vezes transcende nossa compreensão imediata. O sofrimento pode servir como uma oportunidade de crescimento espiritual e redenção, e a injustiça pode ser vista como uma consequência do livre arbítrio humano.

 

FREUD: Compreendo sua perspectiva, Dr. Schuon, mas ainda me parece difícil aceitar a religião como algo além de uma ilusão. No entanto, aprecio sua visão e a profundidade de suas reflexões sobre o assunto.

 

SCHUON: Agradeço sua abertura, Dr. Freud. a religião é um tema complexo e profundamente pessoal. Acredito que uma compreensão mais ampla e profunda da experiência religiosa pode oferecer uma visão significativa sobre a natureza humana e a busca por um significado maior.

 

 

PERGUNTA E RESPOSTAS DA CONVERSA FÍCTICIA ENTRE SCHUON E FREUD SOBRE A RELIGIÃO:

 

SCHUON: Dr. Freud, gostaria de discutir a sua visão sobre a religião. você afirmou que a religião é apenas uma extensão dos desejos infantis não resolvidos e uma ilusão criada para confortar as incertezas e angústias da vida adulta. eu tenho uma perspectiva diferente sobre o assunto.

 

FREUD: Compreendo, Dr. Schuon. Eu vejo a religião como uma projeção dos desejos e medos inconscientes do indivíduo. Acredito que a religião seja uma forma de lidar com a ansiedade e a necessidade de um pai protetor, que é perpetuada em nossas mentes mesmo na vida adulta.

 

SCHUON: Entendo sua interpretação psicológica da religião, Dr. Freud, mas considero que ela negligência a dimensão espiritual da experiência religiosa. A religião vai além das necessidades individuais e toca na busca humana por um significado mais profundo e uma conexão com o divino.

 

FREUDMas como podemos acreditar em algo tão irracional e infundado como a existência de um ser supremo? A religião parece basear-se em crenças e dogmas sem evidências objetivas.

 

SCHUON: É verdade que a religião transcende os limites da razão puramente empírica, mas a experiência religiosa e a intuição espiritual têm um papel importante na compreensão dessas realidades. A fé e a busca por uma verdade mais elevada muitas vezes não são acessíveis somente através de métodos científicos.

 

FREUD: As religiões são notoriamente divergentes e muitas vezes conflitantes entre si. Como podemos reconciliar essas diferenças e encontrar uma base comum?

 

SCHUON: Embora existam diferenças externas entre as tradições religiosas, elas compartilham uma busca pela verdade e uma aspiração ao divino. Por trás das formas externas, há uma unidade essencial que pode ser percebida quando olhamos para as mensagens espirituais fundamentais presentes em diferentes religiões.

 

FREUD: O sofrimento é uma questão central. Se existe um ser supremo, por que permitiria que houvesse tanto sofrimento e injustiça no mundo?

 

SCHUON: Como já dito, a questão do sofrimento é complexa e desafiadora. Alguns argumentam que o sofrimento é um teste para o crescimento espiritual e uma oportunidade de redenção. A visão perenialista reconhece que a existência do mal e do sofrimento é um mistério e não pode ser facilmente compreendida.

 

FREUD: Ainda assim, tenho dificuldade em aceitar a religião como algo além de uma ilusão criada pelas necessidades psicológicas dos indivíduos. Vejo-a como uma projeção subjetiva, em vez de uma realidade objetiva.

 

SCHUON: Compreendo sua perspectiva, Dr. Freud., a religião é um tema complexo e cada indivíduo pode ter sua própria visão sobre o assunto. Acredito que é importante respeitar a diversidade de interpretações e buscar um diálogo aberto e respeitoso para uma compreensão mais ampla do fenômeno denominado religião. 

  

RÉPLICA DE FREUD E TÉTRICA DE SCHUON

 

RÉPLICA DE FREUD: Dr. Schuon, respeito sua visão sobre a religião como uma busca pela verdade e pelo divino. No entanto, não posso deixar de questionar a racionalidade por trás dessas crenças. Como podemos acreditar em algo tão irracional como a existência de um ser supremo sem evidências objetivas?

 

TRÉPLICA DE SCHUON: Compreendo suas preocupações, Dr. Freud. No entanto, a experiência religiosa transcende os limites da razão puramente empírica como já destacado. Ela envolve uma dimensão espiritual que não pode ser reduzida à lógica científica. A fé e a intuição espiritual desempenham um papel fundamental na compreensão dessas realidades transcendentes. Entende? 

 

RÉPLICA DE FREUD: Mas as religiões são tão diversas e contraditórias entre si. Como podemos reconciliar essa diversidade e encontrar uma base comum?

 

TRÉPLICA DE SCHUON: É verdade que existem diferenças externas entre as tradições religiosas, mas por trás dessas diferenças há uma busca comum pela verdade e pelo divino. As diferenças superficiais podem ser vistas como expressões culturais e linguísticas distintas, enquanto os princípios espirituais fundamentais muitas vezes se assemelham.               A diversidade pode ser vista como um reflexo da riqueza e complexidade da busca humana pelo transcendente.

 

RÉPLICA DE FREUD: Mas o sofrimento e a injustiça presentes no mundo questionam a existência de um ser supremo benevolente. Como explicar essa realidade?

 

TRÉPLICA DE SCHUON: A questão do sofrimento é complexa e desafiadora. Alguns argumentam que o sofrimento pode servir como um teste para o crescimento espiritual e uma oportunidade de redenção. A existência do mal e do sofrimento no mundo é um mistério que ultrapassa nossa compreensão limitada.

 

A visão perenialista reconhece essa dificuldade e incentiva a busca por significado e propósito em meio aos desafios da vida.

 

CONCLUSÃO

 

Como destacamos no início, o presente texto tinha por missão e objetivos final, demonstrar o modo como seria uma conversa entre Sigmund Freud e Frithjof Schuon. Assim, com base nas perspectivas e ideias gerais atribuídas a estes dois grandes pensadores, desenvolvemos um texto esboçando num aceno distante, porém possível, do que seria o debate entre esses dois gigantes intelectuais sobre a Religião. 

 

Enfim, vale ressaltar que eles não tiveram um diálogo real entre si, mas as perguntas e repostas, réplica e tréplica, fornecidas tentam capturar as principais linhas de argumentação de cada um em relação à religião.

 

 

 

 

 



[1] Pastor, Teólogo, Cientista da Religião e Coordenador da Faculdade Mais de Cristo (FMC). E-mail: pauloreligiologo@icloud.com


[2] O complexo de Édipo é um conceito proposto por Sigmund Freud para descrever uma fase do desenvolvimento psicossexual durante a infância. Ele é nomeado em referência ao mito grego de Édipo, que inadvertidamente mata o pai e se casa com a mãe. O conceito do complexo de Édipo foi introduzido por Freud em várias de suas obras, principalmente em “A Interpretação dos Sonhos” (1900), “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” (1905) e “O Ego e o Id” (1923). Nestas obras, Freud discute a fase fálica do desenvolvimento infantil, na qual ocorre a formação do complexo de Édipo.


Freud, S. (1927). O futuro de uma ilusão. São Paulo: Editora Imago. 

 

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