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TERIA O CATIVEIRO DE ISRAEL DURADO SETENTA ANOS NA BABILÔNIA?






       Aqui está talvez uma das repostas mais confiáveis para quem procura datar com precisão esse ínterim de tempo entre cativeiro e restauração na história do povo de Israel.  Não são poucos os comentadores que datam setenta anos entre o cativeiro e a restauração, seria tal data correta?  Será que não está ocorrendo um erro de interpretação quanto ao período do cativeiro. 


       Afinal de contas o período descrito nas sagradas letras é referente ao cativeiro de Israel ou ao período de governo da Babilônia. Esse será o "leitmotiv" de minha reflexão. Espero que você amigo leitor possa capturar nesse sucinto comentário com pericia e precisão o tempo correto do cativeiro de Israel bem como sua restauração para não cometer o erro que muitos (ensinadores e pregadores), tem cometido ao confundir gestão governamental subalterna (Império Babilônico) com o tempo de cativeiro em que Israel esteve entre os caldeus. 

Talvez você se pergunte que diferença isso fará. Esse é o detalhe, lembre-se que os inimigos da fé (ateus), trabalham com os detalhes para tentar desautorizar a palavra da verdade. Foi por esse motivo que decidi categorizar a cronologia correta dos acontecimentos na história do povo de Deus.

VEJAMOS:

       De acordo com uma carta escrita pelo profeta Jeremias temos o seguinte relato: "Logo que se cumprirem para à Babilônia os setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra". (Jer. 29.10). Percebe-se que acordo com espirito de profecia os caldeus, (Babilônios) investiam na direção do oeste, (ver. Hab 1:6), mas ainda não haviam alcançado Judá. (Hab 3:16).

CRONOLOGIA.


       No 606 a.c., os caldeus invadiram Judá e os levaram os cativos, já no ano 597 a.c., foi a segunda leva, entre eles estavam o profeta Ezequiel e na última leva no ano 586 a.c., Jerusalém é queimada e o país é assolado. Se contabilizarmos o período compreendido de 606 a.C à 538 a.C temos 68 anos, de 597 a 538 temos 59 anos e de 586 a.C à 538 a.C período em que a Pérsia conquistou a Babilônia temos 48 anos.
A profecia declara que as nações serviriam o rei da babilônia por setenta anos. (Jeremias 25.11 Is 23-15,17). 
Se atentarmos para à profecia veremos que o cativeiro é resultado direto da desobediência e transgressão de Israel ao "Mitzvot" (mandamento) de Deus. Mas isso já outro assunto.

       O que quero ratificar é a importância que os Ateus fazem ao referenciar o erro, ("entre aspas") contido nas escrituras dizendo que a profecia é mentirosa quando se refere ao tempo, (ver Jer. 29.10), porém se atentar para uma hermenêutica correta vamos perceber que não há contradição aqui desde que se entenda que à referência é ao reinado dos Caldeus e não ao período que Israel esteve cativo entre os caldeus.

ESCLARECENDO:

    O cativeiro durou quarenta e oito anos, mas o reinado dos caldeus durou setenta anos, e foi no fim dos setenta anos que Judá foi restaurado.

DE VOLTA À SIÃO

       Quando Ciro, (539-530 a.C) o grande, conquistou o império Babilônico em 539 a.C baixou um édito que encorajava os judeus na Mesopotâmia a voltar a Judá, e muitos retornaram, ansiosos para reclamar sua terra e reconstruir o templo em Jerusalém.(Esdras 1.2)
E é nesse período que Flávio Josefo vai dizer que Isaías profetizou no período entre 745-695 a.c., mais de 150 anos antes dos dias de Ciro. Aqui está descrita uma vez mais a soberania divina, isto é, sua onisciência. O historiador hebreu nos faz entender que Deus chamou Ciro pelo nome antes mesmo do seu nascimento para mostrar que ele estava no poder por sua vontade. (Isaías 44,28 e 45,1).

       Embora,  Ciro fosse zoroastriano, seguidor de Zaratustra que pregava que o universo era um dualidade de forças: uma de bondade e luz e outra de maldade e escuridão. Ciro acreditou que Javé o Deus dos Judeus estivesse do lado do bem. Além das profecias de Isaías escritas antes do seu nascimento a uma tradição judaica que afirma que o Deus dos céus também lhe dera uma visão, e nessa visão o senhor ordenava que o culto em jerusalém fosse restabelecido.

Migração da Babilônia

       Os judeus voltaram a Jerusalém em quatro ondas distintas, a  primeira foi no ano 538 a.c, com Senazar, filho do antigo rei de Judá Jeoaquim. De acordo com os historiadores essa expedição foi um fracasso enorme. Ao chegar ao seu destino os viajantes enfrentaram um recepção hostil. Os judeus indigentes que haviam sido deixados para trás na época, haviam se juntados com os samaritanos, edomitas e árabes para evitar que os colonizadores erguessem muros para reconstruir residência seguras; Já a segunda foi no 520 a.C, uma década após a morte de Ciro, uma segunda leva foi autorizada pelo rei Dario, que alguns acreditam que fosse filho de Ester, da tradição do Purim.
       
       Nesse regresso 42.360 judeus, 7.337 servos, 200 cantores, 736 cavalos, 245 mulos, 435 camelos, 6.720 jumentos e 5.400 vasos de ouro e prata, além de sacerdotes e escribas. E a terceira foi no ano 458 a.C, com 1754 homens, nessa expedição,100 talentos de ouro, 750 talentos de prata levou 4 meses. Nessa caravana estava Esdras o sacerdote e escriba. E por fim a quarta ocorreu em 444 a.c., foi o momento em que Neemias , com uma escolta militar , veio reconstruir os muros e fortificar Jerusalém. Nessa ocasião o imperador era Artaxerxes I (longanimus).


CRONOLOGIA DA RESTAURAÇÃO:


      No ano 538 a.C, quarenta e nove mil oitocentos e noventa e sete (49.897) voltam da Babilônia para Jerusalém. No sétimo mês, edificaram o altar e ofereceram sacrifício. No ano 537 a.C, é iniciada a obra do templo e suspensa, de acordo com os historiadores a obra ficou suspensa por quinze anos. (Esdras 4)
E no 520 a.C é reiniciada a obra por Ageu e Zacarias, de maneira que no ano 516 a.C, o templo é concluído. de 520 - 516 , 4 anos. 479 a.c Ester torna-se rainha da Pérsia. 458 a.c Esdras vem de babilônia a Jerusalém. 444 a.c Neemias reedifica o muro em 52 dias. 433 A.c Neemias parte de novo de Babilônia.


REFERÊNCIAS:

Andrade, Claudionor Corrêa de. Jerusalém, Três mil anos de História. 1ª ed. - Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

Bíblia de Estudo Apologética.

Manual Bíblico Halley. O livro completo sobre o legado dos Judeus, de Abraão ao Sionismo.


Paulo Mazarem
Florianópolis
25 Ago. 2014.

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