A revolução da agricultura foi de início um assunto feminino
o homem estava ocupado prioritariamente em caçar ou pastar seus rebanhos. São
as mulheres que semeiam, se possível, mulheres grávidas, pois considera-se que
seu poder provoca fertilidade do solo, rapidamente a mulher é associada à terra, e o homem, ao
lavrador que a fecunda. Através de todas as culturas religiosas, a terra mãe se
tornará a “mão dos grãos”, uma deusa agrícola sob a aparência da deusa grega
Deméter. A mulher que dá a vida introduz também o recém-nascido na mortalidade.
É da terra que nasce a vida, é a terra que retornarão os
defuntos.
Então, as deusas agrícolas assumem duas faces, a da fertilidade
e a da morte.
Surgem as divindades ctônicas, deusas que reinam ao mesmo
tempo sobre a terra e sobre o mundo subterrâneo conforme as estações. Perséfone, filha
de Deméter e rainha do mundo subterrâneo, será esposa de Hades, deus dos
Infernos, durante seis meses. Nos outros seis, ela viverá sobre a terra, com
sua mãe. Esse mito ilustra perfeitamente os mistérios da agricultura.
No mundo pré-helênico, uma estatueta de trigo feminina é
enterrada no inverno e exumada na primavera. O nome de Dagan, o deus agrário do Oriente Próximo no terceiro milênio antes
de nossa era, se traduz por “trigo”, ao passo que o deus Baal será chamado “o esposo dos campos”. Mais tarde, o cristianismo
glorificará a virgem Maria como terra não lavrada que não obstante dá frutos. O corão assimilará a mulher a “vossos campos
que é necessário lavrar”.
Fonte Bibliográfica:
Banom, Patrick, Para conhecer melhor as religiões; SP, Claro Enigma, 2010.
Fonte Bibliográfica:
Banom, Patrick, Para conhecer melhor as religiões; SP, Claro Enigma, 2010.
Titulo original: Pour mieux compreende les religions
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