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DESCONECTAR PARA CONECTAR





Esse deve ser é o imperativo da inter-relacionalidade. Desconectar para conectar-se, sim se não for agora, o mais breve possível vamos ter problemas interpessoais insuperáveis.

DESTERRITORIALIDADE

Atualmente o impacto das redes sociais na vida humana deslocou indivíduos do mundo concreto para o virtual. Não são poucos os usuários que interagem "full time", isto é, em tempo integral, o tempo todo, mas que não existem no plano da realidade, são avatares, fakes, simulacros que inexistem enquanto agentes, atores sociais ou pessoas.
É óbvio, que as Redes Sociais tem o seu papel informativo, interativo, publicitário, etc... porém, não devem enquanto instrumentos tecnológicos substituir o calor, o contato e a aproximação dos seres humanos.



NÃO-LUGAR

A chegada da revolução digital fez o homem moderno aproximar as distâncias e distanciar as proximidades, isso é fato e não dá mais para negar. Todos sabem que hoje um simples toque no mouse de nossos computadores nos remetem as noticias que são veiculadas do outro lado do mundo quase que em tempo real.
A maioria dos cidadãos midiáticos professam saber as noticias do mundo todo, mas muitos deles desconhecem as noticias de sua própria casa, dos seus vizinhos, do seu Município, Etc...


TECNOPESSIMISMO

Muitos cientistas hoje se professam céticos em relação a tecnologia, pois perceberam que a tecnologia ao invés de aproximar, distanciou. Os psicólogos dizem que há um abismo intransponível entre as gerações que separam os indivíduos cada vez mais. 

Hoje pais e filhos substituirão a conversação assistida pela comunicação virtual e comunicam-se pelo WhatsApp, facebook messenger dentro da própria casa, isso chegar a ser hilário. Porém, o problema não está na comunicação, mas na intensificação e ampliação que isso se dá, substituindo o paradigma do contato físico pelo contato digital que posterga os encontros no plano real por bate-papo e conversas de chat, etc...


Esse efeito já está sendo percebido nos relacionamentos reais, as pessoas estão distantes na realidade, mas enquanto usuários de rede sociais estão presente o tempo todo.


SERES BIO-IDENTITÁRIOS

Mas, o pior não é isso, quantas pessoas alegres, felizes, contentes, exitosas nas imagens postadas nas redes sociais, mas infelizes no dia a dia, no cotidiano. São seres bio-identitários, isto é, com duas identidades que já não sabem mais quem são na verdade.
Na vida virtual são imagéticas, na vida real são anistóricas quando comparadas.
O epistemólogo Edgar Morin chega a falar dos "componentes alucinatórios da percepção", isto é, da ilusão vital (Baudrillard) que opera por meio dos simulacros que se inscrevem no Real, modificando e alterando nossa capacidade de conhecimento.

 
Esses dias vendo uma publicação da rede social, (Facebook) percebi que essa leitura já não é mais uma leitura de filósofos à respeito da realidade, o povo já está consciente da trucagem, dos efeitos especiais, recortes, emolduramento, enfim dos signos que operam pelo programas tais como Photoshop, Gimp, Photfiltre, photoscape, etc.
A mensagem dizia o seguinte "se eu não lhe cumprimentar, me perdoe, é por que não lhe reconheci". Isso nos remete a uma alteridade de percepção, a pessoa da foto não se parece em nada com a pessoa que um dia eu conheci. 

 
Agora a decepção é ainda maior quando tais redes são utilizadas para encontros e paqueras. Há sempre um susto inominável, inefável que se desdobra nos traumas de cada dia para quem quer encontrar o príncipe ou princesa da sua vida.


SINCRONIZAÇÃO DIMENSIONAL

Enfim, penso que o escape está em uma sincronização entre as duas dimensões, ficar trancando dentro de um quarto vivenciando uma espécie de solidão e pertencimento não é saudável para a psique humana.
Somos seres "pneumo-psico-antropo-socio-biológicos", não cyborgs, robôs ou maquinas humanas destituídas de afeto e emoção.
E aí, vale a pena lembrar as sábias palavras de José Saramago: Se tens um coração de ferro, bom proveito, o meu fizeram-no de carne e sangra todos os dias.


By Paulo Mazarem

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