Pular para o conteúdo principal

DIZENDO NÃO Á ADULTIZAÇÃO





Eu digo não a adultização, a xuxização, a erotização precoce de crianças que são instigadas a adotar paradigmas e tendências hipersexualizadas, que violam e abortam o percurso natural da vida. Elas são, (as crianças) assim como os genitores (Pais) vitimas de indústrias que confeccionam necessidades para vender soluções.


No entanto, é preciso sinalizar que hodiernamente crianças vivem como se fossem adultas e/ou adultos e na contra mão, adultos que se infantilizam cada vez mais num mundo que insiste em criar esteriótipos a fim de tornar seres humanos em meros consumidores reificados por um sistema incrivelmente perverso.
Na verdade o que ocorre é um imbricamento muito sutil entre consumo, esteriotipias, erotização e deslocamento espacial, isto é "ausência de valores sólidos" para nortear e para situar indivíduos que devido os efeitos da globalização estão como diz Milton Santos "desterritorializados, mas eu vou mais longe com Marc Augé estão no "não lugar". Parafraseando eles estão deslocados no espaço e no tempo.

Acredito que haja uma ausência profunda de valorização do tempo. O que ocorre é uma inversão arquetípica assim como os valores morais de nossa sociedade que polariza extremos.
A mídia tem um papel extremamente tendencioso nesse processo. Quantos pais que se esqueceram de educar seus filhos pensando que isso é um problema especificamente escolar e não familiar, ( é claro o que está em jogo são questões econômicas e sociais) porém não podemos esquecer que nós pais influenciamos decisivamente nossos filhos. O sociólogo francês Pierre Bourdieu fala-nos isso por meio de uma de suas obras chamada "A Reprodução". E é claro aqui não está em jogo só a pedagogia da reprodução, mas também o habitus adquirido que apenas se propaga como vivência familiarizada na escola.

E o que falar da tele-educação midiática, a babá eletrônica faz todo o serviço, retroalimentando e estimulando não só o consumo, mas também a proto-erotização. Enfim, penso que se o Estado cria-se mecanismos preventivos mais expositivos e não velados, isso inibiria a violência simbólica, sexual e moral que nossas crianças no país estão expostas. Não me refiro apenas há uma concepção de estado-mania ou estado-latria como se eles fossem os únicos responsáveis por tudo o que acontece nas micro e macro-regiões de nossa Nação.

Me refiro a uma pedagogia centrifuga e subjetiva onde cada cidadão tem o dever de estimular e desencadear processos de conscientização começando pela sua própria casa, bairro, município até alcançar os mais distantes locais.
É como diz Jaques Ellul: Devemos, "Pensar globalmente, mas agir localmente".

By Paulo Mazarem

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UMA BREVE HISTÓRIA DO CULTO AO FALO

Uma dose de conhecimento histórico, i.e., religiológico, (sim só um pouquinho) é suficiente para deixar nossos pudores embaraçados, uma vez que sexualidade sempre estivera imbricavelmente relacionado a religião parte constitutiva da humanidade.                              Uma historicização a respeito do “falo” ou de seus simulacros (objetos construídos para veneração)  nos períodos arcaicos da história humana, revelará que toda esta carga latente de erotização que (o Ocidente) se dá (eu) ao pênis hodiernamente, está equidistante da concepção que os antigos tinham a respeito da (o) genitália (órgão sexual) masculino.  Muitas culturas, incluindo o Egito, Pérsia, Síria, Grécia, Roma, Índia, Japão África até as civilizações Maia e Asteca viam no culto ao pênis uma tentativa de alcançar o favor da fertilidade e à procriação da vida.     Porém, ao que tudo indica o falocentrismo  cúltico  veio da Índia, com a prática do Brahman de adorar o pênis do deus supremo, Shiva.  

RESENHA DO FILME TERRA VERMELHA

Paulo R. S. Mazarem O Filme “Terra Vermelha" de 2008, direção e Roteiro do chileno Marco Bechis , bem como os demais roteiristas Luiz Bolognesi, Lara Fremder foi produzido com a finalidade de dilucidar a realidade enfrentada pelos índios Guarani- Kaiowá e descrever a perda espacial de seu território no Mato Grosso do Sul, expropriado pelos Juruás (homens Brancos). A co-produção ítalo-brasileira Terra Vermelha , é uma obra com teor político, e torna-se quase que indispensável por assim dizer para quem deseja compreender a questão e realidade indígena de nosso país. Ele descreve como a nova geração de índios, isto é, os jovens reagem diante de um novo sistema que lhe é imposto, onde seu trabalho, cultura e religião não possuem valor algum, efeitos esses decorrentes das apropriações indébitas de terras que em outrora eram suas por nascimento, para não utilizar o termo “direito” que nesse caso, não era um saber do conhecimento

BOB ESPONJA, PATRICK E SIRIGUEIJO - REPRESENTAÇÕES SUBJETIVAS & COLETIVAS DO COTIDIANO

Esses tempos rolou um papo nas redes de que Bob esponja e Patrick eram gays, no entanto eles estão mais para anjos do que para hetero ou homossexuais, sim eles são seres assexuados. De acordo com Stephen Hillenburg (criador do desenho), Bob Esponja é ingênuo,  arquétipo do personagem que está(eve) sempre por aí, do indivíduo que vive e se comporta como uma criança. Já Patrick  não é ingênuo, mas burro.   Ambos formam uma dupla interessante, pois os dois juntos  pensam que são adultos e gênios.   De fato, Bob Esponja não (nunca)  percebe as trapalhadas que ambos cometes e Patrick se acha o melhor cara do mundo. Mas não esqueçamos o Mr. Sirigueijo. O senhor Sirigueijo, (chefe do Calça Quadrada na lanchonete)   tem uma história mais íntima, na verdade ele foi inspirado num chefe que Hillenburg conheceu quando trabalhou num restaurante... de frutos do mar.   O mesmo diz o seguinte: "Eu era da Costa Oeste americana, ele era da Costa Leste”. Ele tin