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MONTE DAS OLIVEIRAS





Não há como negar Jerusalém (cidade velha) é carregada de espiritualidade, intensa e caótica, mística para uns, calvário para outros. O fato é que nela se concentram as três grandes tradições monoteístas, mais expressivas do mundo. A saber o judaísmo, cristianismo e o islamismo!

Para os judeus o epicentro da fé é o muro das lamentações, parte ocidental do paredão de contenção que segurava a esplanada sobre o bíblico Moriá, onde foi erguido e derrubado o templo de Salomão e, séculos depois, o segundo templo, pelo rei Herodes, também destruído, desta vez pelos romanos, no ano 70. 

No alto da esplanada hoje estão as mesquitas de El Aqsa e do Domo da Rocha, com sua cúpula dourada, ambas construídas no século 7 e que representam o terceiro lugar mais sagrado para o islamismo, depois de Meca e Medina. 

Já na via dolorosa, existem 14 estações todas elas percorridas, sinalizadas e problematizadas em nossa pesquisa. Lá está o Santo Sepulcro, local onde se acredita que Jesus foi enterrado, e que ao mesmo tempo contrasta com o Jardim do Túmulo, lugar alternativo, defendido por muitos como o verdadeiro local onde Jesus ressuscitou dentre os mortos. Considerado por muitos como o local da crucificação, sepultamento e ressurreição de Jesus, o local é, de certa forma, um "local rival" da Igreja do Santo Sepulcro. Apesar da incerteza histórica, muitos concordam que o túmulo do jardim serve como um lembrete visual do sacrifício expiatório de Jesus por cristãos em todo o mundo.

A data real da descoberta da tumba é amplamente especulativa. A visão popular é que foi descoberta em 1867 e logo foi identificada como o local do enterro de Jesus, principalmente porque contém um local de enterro do primeiro século. Perto há uma escarpa escarpada que se assemelha a um crânio, comumente identificado como Gólgota, ou o "Monte da Caveira", onde Jesus foi crucificado.

Tendo dito isto, vamos ao ponto e vejamos o que a sabedoria sagrada tem a nos dizer sobre este lugar: 


  • No Monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século. E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos. E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. (Mt 24. 3-6). 


O Novo Testamento destaca várias ocasiões de Jesus no Monte das Oliveiras, parece que esse monte era um dos locais de descanso preferidos do Senhor Jesus fora de Jerusalém.

O fato é que foi nas cercanias do Monte das Oliveiras que Jesus deu início a sua entrada triunfal em Jerusalém (Mateus 21:1). Parece que foi após contornar uma das curvas na descida do Monte das Oliveiras que Jesus chorou ao contemplar Jerusalém (Lucas 19:37-41).

E foi no Monte das Oliveiras que Jesus também pronunciou o seu sermão escatológico na semana da crucificação (Mateus 24-25; Marcos 13). Destarte, que na noite em que foi traído, Jesus foi orar no Monte das Oliveiras, num jardim chamado Getsêmani (Mateus 26:30), naquele momento sua agonia foi tão grande que seu suor se tornou como sangue. 

Consequentemente foi no Monte das Oliveiras que ocorreu a ascensão de Jesus (Lucas 12:50-53; Atos 1:9-12). 

Ora, tendo em vista o anúncio profético de Jesus é preciso destacar que quando o senhor Jesus disse que não ficaria pedra sobre pedra, 

O historiador Flavio Josefo nos informa que no ano 70 Jerusalém foi sitiada e destruída pelos romanos. Em tese o Senhor Jesus já havia profetizado que não ficaria pedra sobre pedra que não fosse derribada. 

  • Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. (Mt 24. 1-2)

Todas as pedras que encontramos hoje em Jerusalém não são originais, exceto as do kotel Hamaaravi. É importante lembrar que  os Romanos destruíram tudo. Hoje a santidade do Muro das Lamentações é explicada por ser o local mais próximo que os judeus podem orar onde estava localizado o Templo de Jerusalém. Hoje, no local do Templo, está a Cúpula Dourada dos muçulmanos e, apesar de haver acesso aos arredores deste monumento de ouro, apenas os islâmicos têm autorização de fazer orações nesta área. 

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No ano 1526 da era cristã, o império Otomano na liderança do imperador Sultão Suleima decidiu reconstruir uma nova muralha, todavia os muçulmanos advertiram o Sultão dizendo que havia uma profecia de que o Messias iria entrar por uma das portas da cidade e como a profecia apontava para a porta dourada, ele então decretou que as portas fossem, cerradas para que nenhum judeu entrasse por ela, se auto-proclamando Messias. 




  • Então, o homem me fez voltar para o caminho da porta exterior do santuário, que olha para o oriente, a qual estava fechada. Disse-me o SENHOR: Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o SENHOR, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, permanecerá fechada. (Ez 44. 1,2)


É interessante porque Jesus passou por essa porta e o profeta Ezequiel destacou que essas portas permanecerão fechadas, porque Deus, o Deus de Israel, entrou por ele, por isso, permanecerá fechada. 





O termo "dourado" é devido ao vão da porta ter sido fechado com o mesmo tipo de pedra da muralha, que por sua coloração amarelada, reflete com intensidade os raios do sol nascente, uma vez que ela se localiza no lado oriental, ou seja, frente ao leste. 


E para agravar eles construíram um cemitério bem na frente do portão que hoje é chamado de Bet Kevarot, ali estão os sepulcros mais caros do mundo, um lugar ali custa milhões de dólares e isso por uma simples razão é o lugar por onde o Messias ira passar para entrar em Jerusalém. 

O cemitério toma boa parte do Monte das Oliveiras e ostenta o fato de ser um dos mais antigos do mundo com cerca de 3000 anos e mais de 150 mil sepulturas. Tratando-se de Israel, um país que remonta há milhares de anos, é provável que muitos notáveis bíblicos estejam ali sepultados, assim como estão alguns da história recente como Eliezer Ben-Yehuda, pai do hebraico moderno, S.Y. Agnon, vencedor do Nobel da Literatura, e o primeiro-ministro Menachem Begin e sua esposa Aliza.

Todavia, o que o Sultão não sabia é qualquer estratagema humano por mais engenhoso que seja burlará os propósitos de Deus. Pois a profecia diz:

Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade, para o sul.  
(Zc 14. 4)

Curiosidades 

  • A religião judaica tem algumas regras rigorosas sobre o funeral: 

Entre elas é a de que corpo tem que ser sepultado no mesmo dia da morte. Vejamos o que diz as escrituras: 

  • O seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia; porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim, não contaminarás a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança. Dt 21. 23 

É importante ressaltar que essa regra só pode ser quebrada em duas situações, no Yom Kippur ou no Shabat. 

Ora, é por este motivo que entendemos que o senhor Jesus ao morrer, foi rapidamente enterrado para que não chegasse o sábado.  (Mt 27. 57-60)

Uma outra questão é aquela relacionado a cremação:

  • O Judeu não pode ser cremado pelo fato do corpo estar diretamente ligado à alma. Para eles a um entendimento de que a libertação da alma é gradual, por esse motivo é que os judeus não cremam.   


TODOS SÃO IGUAIS.

  • Todo enterro judeu é igual, todas as pessoas tem o mesmo caixão, porque do pó viemos ao pó retornaremos. 
  • E por fim uma outra curiosidade está relacionada as pedras que encontramos sobre os túmulos? 

No budismo você encontra-se arroz em cima dos túmulos.
No cristianismo encontramos flores, simbolizam o ciclo da vida, todavia no judaísmo encontramos pedras, uma vez que as pedras estão associadas a memoriais é por este motivo que encontramos pedras e não flores. 


Pr. Paulo Mazarem
Florianópolis
25 Dez. 19

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