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MUHAMMAD, ISLÃ E O SUFISMO

 

RESUMO:  

 

Ao falarmos em Islã é impossível não pensar em Muhammad, o profeta. Neste singelo artigo vamos nos deter a realização um tanto que generalizada em termos acadêmicos da compreensão e relação entre Muhammad o sufismo. É necessário destacar que temos inúmeras referencias atualmente no âmbito acadêmico sobre a vida do profeta Muhammad, o Islã e o sufismo propriamente dito, sendo nossa intenção aqui não explorar etimologias, semantismos nem caricaturizações epistemológicas que podem advir de um aprofundamento historiográfico e literário. Como nossa pretensão aqui é fazer uma associação entre o profeta e a dinâmica de sua espiritualidade tendo o sufismo como leitmotiv entendemos que os registros aqui pontuados irão auxiliar aqueles que pretendem ter uma noção introdutória sobre o assunto. 

 

Palavras-chave: Islã; sufismo; Muhammad. 



 

Meu coração tornou-se capaz de todas as formas: É um pasto de gazelas, o convento cristão, Um templo para os ídolos, a Caaba do peregrino, As tábuas da Torá, o texto do Corão. Sigo a religião do Amor. Para onde quer que avancem as caravanas do Amor, Lá é meu credo e minha fé. Ibn Árabi[1].

 

         No presente artigo vamos nos deter a realização (um tanto que generalizada em termos acadêmicos) da compreensão e relação entre Muhammad, o profeta[2], o Islã e o sufismo[3]. Antes de tudo, é necessário destacar que temos inúmeras referências (no âmbito acadêmico) sobre a vida do profeta Muhammad, o Islã e o sufismo nas mais diferentes literaturas, sendo a nossa intenção aqui não explorar “etimologias, semantismos ou caricaturizações epistemológicas” que possam advir de um nonsense historiográfico e literário a respeito do tema. Por certo, nossa pretensão é fazer uma associação entre o profeta Muhammad e a dinâmica de sua espiritualidade tendo o Sufismo como leitmotiv que nos possibilitará ter uma noção básica do que estamos a tratar. 

         Embora o “islamismo” seja conhecido mundialmente no sentido vulgar da palavra, sabe-se que na maior parte dos casos, a concepção que se tem do Islã[4], é sempre pejorativa e em certo sentido, distorcida da realidade, não atendendo em sua totalidade os critérios de uma “sociologia compreensiva” em termos ideais, como bem nos lembra Max Weber (2000 [1921], p. 3) muito menos fática como propõe Emile Durkheim (2002, p. 6). O certo é que existe uma certa controvérsia na recepção conceitual no termo Islã, uma vez que para uns “O Islã é uma política e uma religião[5]; para outros, é um estilo de ser; para mais outros, é “distinguível da sociedade muçulmana”; ainda para outros, é uma essência misteriosamente conhecida. (SAID, 2007, p. 407)


         Na verdade, o conceito é polissêmico, isto é não é unívoco, nem na perspectiva outsider, nem insider, quando pensado, por exemplo, como equivalente do popular termo “religião”. 

         Assim, a questão que se impõe obviamente é, seria o Islã uma religião? Que sentido tem para um muçulmano esse conceito? É óbvio que pesquisadores do fenômeno religioso com mentalidade de gramáticos, quando tais conceitos são equiparados, o que ocorre é uma certa “confusão conceptual” como já problematizado, uma vez que aquilo que é religião para uns, não o É para outros. Ou seja, Islã é Islã e não uma religião no sentido ocidental. Mas, há controvérsias, porque para Juan Vernet, por exemplo, “O Islã é uma religião que como o cristianismo, se estende por toda a superfície da terra, sem distinção de raças nem de nações”. (VERNET, 2004, p.11) 


         É claro que essa leitura não ocorre por acaso, até porque uma religião para se constituir (ou ser percebida) como tal, necessita de alguns critérios que extrapolam o conceito propriamente etimológico, e aqui não vou me deter a explicações mais profundas, mas é preciso registrar que para o devoto muçulmano, isto é o praticante, deve-se levar a termo que não há nenhuma divisão ou secção da vida, quer social, quer religiosa, estando ambas concatenadas quando o assunto é Islã (submissão a vontade Alá). Até porque “O Islã penetra (e significa controlar) todas as esferas da vida: é ao mesmo tempo religião (din), comunidade (umma) e um estilo de vida abrangente (sunna)” (DEMANT, 2006, p.7). 


         Note que o Peter Demant, usa o conceito religião como um intercambio para expressar essa procura do devoto a Alá. Embora, o termo “religião” seja utilizado correntemente, sem qualquer discriminação por boa parte dos pesquisadores das religiões, é importante lembrar que esta concepção de “religião[6]” tão emblemática e hegemônica não passa de um “reducionismo ocidentalocêntrico” (quando confrontado com tradições primevas) como destaca Wilfred Smith, uma vez que o termo religião, se quer alcança o “sentido” que o termo “Islã” tem para os muçulmanos ou para outras culturas. Mas, esse é um outro assunto e nossa proposta como destacada inicialmente é gravitar em torno dessa trindade, Muhammad, Islã e Sufismo.


         Em suma, se Muhammad é o selo dos profetas, isto é, o último profeta, então “a mensagem islâmica, pois, assume-se como final, sintética e confirmadora de toda a revelação monoteísta, cujo núcleo universal de fé expressa-se, no próprio Islão, pela seguinte afirmação: ‘Não há divindade salvo Deus[7]’ (lā ilāha illā Allāh)” (BOSCAGLIA; VIEIRA, 2020) 


         Ora, essa consideração se faz necessária e essencial para se compreender que o Islã não começa com Muhammad no século VI, mas sim com Alá (Deus), nesse sentido “O Alcorão concorda com Gênesis quando diz que “No princípio Deus ...”. (VIEIRA, 2017, p. 28) 

         Ou seja, Alá é antes de todas às coisas! Em contrapartida deve-se levar em consideração que «quando se fala de Muhammad deve ter-se em conta que se está falando do maior indivíduo da história. E [esta] não é uma frase sem fundamento; quem lê a sua biografia e aprende suas atitudes e ética, e ao mesmo tempo se mantém afastado de todos os preconceitos, seguramente chegará a está conclusão. Alguns não muçulmanos, que têm um caráter justo, também chegaram a esta conclusão.» (AL-SHEHA, 2007, p.6)


         A estatura espiritual, moral e ética de Muhammad, sem dúvidas, credencia-o não só como o maior profeta do Islã como o maior mestre sufi (dimensão mística do Islã) do Islamismo.  Mas o que vem a ser um sufi ou sufismo[8]? E qual a relação intrínseca entre o mensageiro de Deus e o misticismo esotérico islâmico?

         De início é necessário dizer que o termo sufi, assim como tantos outros conceitos sofrem também, significações distintas, tanto na tradução, quanto na etimologia, porém para além das palavras, trata-se de uma expressão de encontro empírico com o divino, numa relação que atravessa o amante e o amado por meio de exercícios espirituais.  Assim o Sufismo “resulta da tendência ao aprofundamento, à experiência interior, ela é sobrenaturalmente natural ao homem, (...) corresponde a uma necessidade inata e se encontra em toda parte onde há uma religião” de acordo com Frithjof Schuon (2015, p. 39)


         É por este motivo que o Islã concebe Muhammad como o profeta, assim como as ordens Sufis, mas também como Mestre. No (Al)Corão encontramos a menções dessa intima relação do profeta e Alá (Deus) na Sura 96. 1-5 “lê-se que o anjo Jibril (Gabriel) se encontra com Muhammad e lhe diz: “Lê, em nome de teu Senhor, que criou, Criou o homem de algo que se agarra (coágulo). Lê, que o teu Senhor é o mais generoso, Que ensinou através da pena, Ensinou ao homem o que este não sabia.”  O que aconteceu em seguida, até onde temos conhecimento foi a primeira revelação do (Al)Corão. Na verdade, “as fontes da linguagem mística Sufi assim como de sua experiência são variadas[9], sendo que as primordiais se referem ao mundo muçulmano. Neste sentido, sua fonte primordial é o (Al)Corão” (SOUZA, 2005, p. 7) e “Muhammad”, o seu profeta (ELIADE, 2009, p. 204).  O que significa dizer que “O islã, o sufismo (e o profeta Muhammad) estão inextricavelmente entrelaçados.  Assim, se no sentido objetivo do Islã temos a Sharia que deve ser cumprida por todos os muçulmanos, todavia o sufismo é vocacional, não compulsório”. (AZEVEDO, p. 2019, p. 398)


         Por conseguinte, a diferença entre Islã e Sufismo está no aspecto da experiência interior e subjetiva que o devoto tem através do Dhikr Allah (Recordação de Deus) e o contato com uma vasta literatura produzida pelos mais célebres nomes do pensamento Sufi, como Ibn Arabī, Algazali, Rumî, etc. 

         Assim, é o sufismo «uma das correntes do Islã considerada mística, prega que a proximidade com Alá (Deus) pode ser atingida ainda em vida através de uma jornada[10] conhecida como tarīqa (...) guiada por um líder espiritual » (COSTA, 2016, p. 47)

         Enfim, não há dúvidas, Muhammad, o grande mestre e profeta do Islã é para o Sufismo, o que o Islã é para um muçulmano devoto. Destarte que a confluência entre ambos não se interpõe, mas se complementam. 

 

 

CONCLUSÃO:

 

         Vimos que o sufismo é a dimensão mística do Islã e Muhammad é o grande mestre e profeta. Destacamos a distinção entre Islã e Religião, entendendo que o Sufismo, adora não uma religião, mas uma única divindade (Alá) a qual se submete (Islã), estando  Muhammad inserido no primeiro pilar (Shahādah). Como destacado no início a nossa intenção era apenas situar os possíveis leitores neófitos, com informações básicas a respeito do Islã e Sufismo, para daí instigar-lhes a pesquisas mais aprofundadas. Por certo, e cientes de que esse introito não é nem de perto um vislumbre do que o Sufismo tem a nos ensinar, convidamos aqueles que aqui chegaram a ingressar conosco nessa jornada rumo ao conhecimento de uma das tradições monoteístas mais ricas do mundo. 

         Enfim, estar desassediado de preconceitos a respeito do Islã, do Sufismo e Muhammad é o primeiro passo para quem quer conceber o diferente como distinto e não excludente. Como disse Ibn Árabī “Meu coração tornou-se capaz de todas as formas: É um pasto de gazelas, o convento cristão, Um templo para os ídolos, a Caaba do peregrino, As tábuas da Torá, o texto do Corão. Sigo a religião do Amor. Para onde quer que avancem as caravanas do Amor, Lá é meu credo e minha fé[11]”.

 

 

 

REFERÊNCIAS:

 

 

AL- SHEHA, Abdul Rahman. Muhammad, o mensageiro de Deus. Que Deus louve a sua menção, Islamhouse, Rabwah, 2007

 

ARANTES, José Tadeu, Grandes Mestres: Plotino, Shankaracharya, Ibn Árabi .../ São Paulo, Elevação, 2007. p. 83

 

AZEVEDO, Mateus Soares de. A hora e o lugar das ordens sufis na tradição islâmica. Araucaria. Revista Iberoamericana de Filosofía, Política, Humanidades y Relaciones Internacionales, año 21, no 41. Primer semestre de 2019. Pp. 395-414. ISSN 1575-6823 e-ISSN 2340-2199 doi: 10.12795/araucaria.2019. i41.

 

BOSCAGLIA, Fabrizio, BARROS, Filomena, «Islão – vertente sunita [/xiita /xiita ismaelita]», in P. Mendes Pinto (dir.), Cosmovisões Religiosas e Espirituais: guia didático de tradições presentes em Portugal, Lisboa, Alto Comissariado para as Migrações, 2016, pp. 33-34.

 

BOSCAGLIA, Fabrizio, VIEIRA, Mário N, «Ibn Arabī, “O Engaste de Sabedoria Profética no Verbo de Jesus”» Philosophica, 55-56, 2020, 23-42.

 

COSTA, Jéssica Pereira da, O Islã, os Muçulmanos e os seus Conceitos, Caxias do Sul, USC, 2016 

 

DEMANT, Peter R, Islam vs. Islamism: the dilemma of the Muslim world. Westport-USA, 2006.

 

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. 17. ed. Tradução de Maria Isaura Pereira de Queiroz. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.

 

ELIADE, M. Dicionário das Religiões, Martins fontes, São Paulo, 2009.

 

O Livro das Religiões/ [editora Camila Werner]; [tradução Bruno Alexander]. – [2. Ed.] – São Paulo, Globo Livros, 2016.

 

O Nobre ALCORÃO. Tradução de Sentido para a língua portuguesa. Foundation Germany, 2015. p. 490  

 

PROTHERO, Stephen R. As grandes religiões do mundo: conheça as oito maiores religiões do mundo e descubra o que faz a diferença entre elas, Rio de Janeiro, Elsevier, 2010. 

 

SAID, Edward W., Orientalismo: Oriente como invenção do Ocidente, Companhia das Letras, São Paulo, 2007.

 

SCHUON, Frithjof, Enigma e mensagem de um esoterismo, São José dos Campos, Brasil, 2015.

 

SOUZA, Carlos Frederico Barbosa de Souza. O Sufismo como dimensão mística do Islã. Belo Horizonte, Horizonte, 2005. p. 7 

 

SMITH, Wilfred Cantwell. O Conceito de Religião, São Leopoldo, Sinodal, 2006.

 

VERNET, Juan., As Origens do Islã, Globo, São Paulo, 2004.

 

VIEIRA, Pedro Vieira., Conhecendo o Islã. Das Origens aos dias atuais, Editora Ilha Mágica, Florianópolis, 2017.

 

WEBER, Max, Economia e Sociedade. 4.ed. Brasília: UnB, 2000 [1921]. v.1

 



[1]  Arantes, 2007, p. 83

 

[2] Muhammad é sem sombra de dúvida uma das personagens do Islã, salvo Deus (Alá), mais importantes.  O fato de seu nome estar vinculado ao primeiro pilar do Islã já é mais do que suficiente para tal conclusão. Os pilares do Islã são cinco: Shahada (profissão de fé), Salat (Oração), Zakat(Caridade), Sawm (Jejum) e Hajj (peregrinação a Meca). (O livro das religiões, 2016, p. 264)

 

[3] Foi fundada por Umm Salama, uma das esposas do profeta Muhammad, teve a sua filosofia desenvolvida por Rabica al-Basri, uma escrava liberta que pregava a noção do amor incondicional. Os sufistas, praticantes desta corrente do Islã, acreditam no abandono do ego e da materialidade deste mundo.                                  (COSTA, 2016, p. 47)

 

[4] A palavra Islão deriva do árabe islām, que por sua vez deriva da quarta forma verbal da raiz s-i-m, asiama, significando ‘rendição, entrega e submissão [a Deus]. (BOSCAGLIA; BARROS. 2016)

 

[5] Talvez seja por este motivo que “uma das tentações de que cada religião é falhar no fundamental para o qual ela aponta – a começar por adorar o cristianismo, e não a Cristo, por exemplo. Os sufis resistem a essa 

tentação. O que eles têm em mente é Ala, e não o islã. (PROTHERO, 2010, p. 56)

 

 [6] A palavra origina-se do latim religio, um termo que foi empregado mais tarde sem precisão alguma, com muitos significados, inclusive por um mesmo autor. De qualquer forma, seu significado primitivo, que persistiu, no mínimo, até que a vida romana, religiosa e secular, passou a sofrer a poderosa e transformadora influência da Grécia, era muito mais restrito e específico do que aquele que recebeu mais tarde. Não há consenso entre os pesquisadores modernos se o termo designava inicialmente um poder externo ao ser humano, uma espécie de tabu, que o obrigava a um certo comportamento sob pena de receber um terrível castigo, ou o sentimento humano diante de tais poderes (ou de fato, se as conotações religiosas representam desdobramentos secundários a partir de uma palavra originalmente secular). (SMITH, 2006, p. 30-31) 

[7] O primeiro pilar do ‘testemunho de fé’(shahādah).

 

[8] Cerca de 15% dos muçulmanos estão ligados ao sufismo. 

 

[9] Dhikr Allāh (Recordação de Deus)Rābiṭah (ligação com o Mestre); Murāqabah (Visualização do Mestre), al – ‘uzla (o Retiro).  

  

[10] A ascese mística (a jornada) do mensageiro, não só confirmam Muhammad enquanto profeta, como assegura-lhe a legitimidade como o primeiro grande mestre sufi.  O nobre (Al)Corão nos diz na Sura 17. 1 “Glorificado seja Aquele que, durante a noite, transportou o Seu servo, tirando-o da Sagrada Mesquita (em Makka) e levando-o à Mesquita de Alacsa (em Jerusalém), cujo recinto bendizemos, para mostrar a eles alguns dos Nossos sinais. Sabei que Ele é o Oniouvinte, o Onividente. (ALCORÃO, 2015, p. 203)

 

[11] Op. Cit., 2007, p. 83

 

 

 

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