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ALIMENTAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS

  O livro de Gênesis nos relata que Deus concedeu à humanidade uma enorme variedade de plantas, ervas e árvores frutíferas, para servirem de alimento para sua subsistência e sobrevivência: "Eis que vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente para que vos sirvam de alimento" (Gn. 1: 29). Conta-nos ainda que Deus criou também os peixes, as aves e os animais, dando ao homem e à mulher a liberdade de reinarem so­bre todos eles: "Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra" (Gn. 1: 26). A Moisés, um de seus profetas, Deus ordenou que libertasse seu povo da escravidão do Egito e o conduzisse “para uma terra fértil e espaçosa, uma terra onde manam leite e mel" (Ex. 3: 8). Assim, a Terra Prometida proporcionaria, ao povo hebreu, leite, mel, ...

BACALHAU OU BAGRE?

Em um dia desses bateu o desejo de comer Bacalhau ao molho, fui até um lugar onde segundo me disseram serviam-no como especialidade da casa. Assentei-me e logo fiz o pedido, depois de alguns instantes, apareceu o proprietário dizendo, obrigado por ter vindo aqui. Quero lhe parabenizar pela escolha, o prato é a especialidade da casa. Tendo dito isto, desejou-me bom apetite, e retirou-se. Ao que apareceu o garçom trazendo a mesa, o bendito bacalhau ao molho. Quando então comecei a degustar, tal como um Gourmet, imediatamente percebi que não se tratava de Bacalhau ao molho, mas de pequenos pedaços de Bagre cortado em lascas pequenas. Rapidamente comuniquei o proprietário dizendo, amigo isso não é Bacalhau é Bagre, ao que o proprietário ficou estupefato. No entanto, percebi que muitos dos que ali estavam não haviam percebido esse pequeno-grande detalhe e comiam Bagre alegremente, alguns sorriam e diziam que Bacalhau delicioso. Delicioso? Pensei comigo. Essa gente só de...

TOTALITARISMO, O QUE É MESMO?

                A politóloga Hannah Arendt mostra que o totalitarismo constitui uma forma inédita de regime político. Difere da simples tirania, na medida em que exige a politização das massas, através da aceitação de uma ideologia limitadora de toda a liberdade de pensamento. Assim, o Estado totalitário realiza uma fusão entre o povo e o seu chefe.         O seu núcleo é o lugar, onde a diferença entre os homens é completamente erradicada no seu próprio interior: o campo de concentração. Para evitar um sistema de natureza, devemos inspirar-nos nos fundamentos gregos do politico, na praça pública como lugar onde se exprime a diferença de opinião. Regimes totalitários Comunismo na União Soviética, Fascismo Italiano e o Nazismo-Alemão. Argumento 1º  Os regimes totalitários        Surgem em contextos de crise, onde a população está insatisfeita e descontente com o atual regime. N...

RESENHA DO FILME TERRA VERMELHA

Paulo R. S. Mazarem O Filme “Terra Vermelha" de 2008, direção e Roteiro do chileno Marco Bechis , bem como os demais roteiristas Luiz Bolognesi, Lara Fremder foi produzido com a finalidade de dilucidar a realidade enfrentada pelos índios Guarani- Kaiowá e descrever a perda espacial de seu território no Mato Grosso do Sul, expropriado pelos Juruás (homens Brancos). A co-produção ítalo-brasileira Terra Vermelha , é uma obra com teor político, e torna-se quase que indispensável por assim dizer para quem deseja compreender a questão e realidade indígena de nosso país. Ele descreve como a nova geração de índios, isto é, os jovens reagem diante de um novo sistema que lhe é imposto, onde seu trabalho, cultura e religião não possuem valor algum, efeitos esses decorrentes das apropriações indébitas de terras que em outrora eram suas por nascimento, para não utilizar o termo “direito” que nesse caso, não era um saber do conhecimento...

A EXISTÊNCIA PRECEDE A ESSÊNCIA

                        Esta é a frase emblemática do “filósofo da liberdade”, pois é assim que Jean-Paul Satre ficou conhecido nos círculos filosóficos e acadêmicos pelo mundo. Nascido em Paris, em 21 de junho de 1905 teve desde cedo a influência do avô, Charles Schweitzer, (com quem veio romper por móvitos éticos mais tarde) professor aposentado, que iniciou-o precocemente na leitura literária.     Da erudição familiar, (pelo menos no que diz respeito ao ambiente onde Sartre pode acumular seu imenso capital cultural) à École Normale Supérieure - Paris, Sartre mais do que uma testemunha de seu tempo foi também aquele que no dizer de Nietzsche proscreveu sua vontade de potência, (ao trazer novamente a consciência humana para centro de todas as coisas), traduzindo para o homem de seus dias, (ainda que deslocado filologicamente daquilo que Nietzsche chamava de “moral de rebanho”), uma filosofia...

UTOPIA, MITO E DISTOPIA

Utopia é a verdade do amanhã. (Victor Hugo) As utopias são verdades prematuras. (Lamartine)   A palavra utopia foi criada por Thomas Morus para indicar uma ilha imaginária, um bom lugar, mas que não está em lugar algum e representava um sonho, um desejo, uma esperança de um mundo melhor.  Vou dizer o que é. Utopia é quando você olha para o horizonte e a cada dez passos percorridos percebe que cada vez mais está distante dele. (Galeano) Ora, penso que antes de partirmos do/para o étimo linguístico, é necessário partirmos em/na direção daquilo que acredita-se, ainda que o horizonte se mostre nadificado ou que admita-se à inexistência de um "lugar", "plano", sim a função da utopia, eu digo qualquer utopia mais do que dar sentido à caminhada ou ao caminhante é antes de tudo, tem por finalidade incentivar os seus transeuntes. De modo que o devir , o movimento, o fluxo é o seu Leitmotiv (fr.) ou Vourausstzungen (Al.). Quando falamos em mito...

PAUL RICOEUR NA MIRA DO ESTRUTURALISMO, SIM OU NÃO? RETRATAÇÕES!

Segue a interpretação de Ricoeur, extraído de um Blog: Para Paul Ricoeur o homem participava de duas dimensões: social e moral. Tanto em uma como em outra, o que o definia como indivíduo era a "linguagem". Linguagem que possibilitava o pensamento, a interpretar e dizer o mundo, e também instituir o indivíduo. Para discorrer sobre o sujeito social Ricouer constituiu o conceito de "mesmidade" e para pensar o sujeito moral autônomo e independente, o de "ipseidade". Mesmidade indicava o que tornava esse sujeito um ente social, da espécie humana, como era dito pelos outros. Entravam em relevo as descrições definidas (forma de categorizar o indivíduo e formar um núcleo social, ex: o garoto que faz as tarefas, a garota que gosta de ouvir música, etc.), os nomes próprios (para agregar em núcleos de parentescos, ex: Marcelo Sousa e Maria Sousa, etc.) e os indicadores (o uso de pronomes que criam núcleos de relações, ex: pronomes: eu, tu, ele, nó...